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Constituição

Comissão eleitoral do Iraque adia divulgação de resultados preliminares de referendo

A Suprema Comissão Eleitoral do Iraque informou nesta segunda-feira que o anúncio dos "resultados preliminares oficiais" do referendo sobre a nova Constituição do país, realizado no sábado, será adiado devido à necessidade de se verificar dados. Autoridades eleitorais do Iraque contavam lentamente os até 10 milhões de votos do referendo e, segundo resultados parciais não-oficiais, a nova Constituiao havia sido aprovada com facilidade.

Segundo o comunicado da autoridade eleitoral, os resultados enviados por algumas províncias do país indicam que os eleitores nessas áreas votaram de forma quase unânime no "sim" ou no "não", o que tornou necessário revisá-los.

Farid Ayyad, funcionário da Suprema Comissão Eleitoral, disse que, pelos resultados enviados de algumas províncias até o momento para Bagdá, o "sim" à Carta iraquiana parece ter conquistado 99% dos votos.

- Essas porcentagens (elevadas) foram registradas em locais onde há uma grande presença de diferentes etnias e credos (árabes-curdos ou sunitas-xiitas) - disse Ayyad.

O envio das urnas para um centro de apuração em Bagdá encontrou dificuldades devido a uma tempestade de areia que atingiu a maior parte do país. A tempestade impossibilitou a circulação de aeronaves.

Por outro lado, a violência em Ramadi, Oeste do Iraque, uma cidade rebelde localizada 110 quilômetros a oeste de Bagdá, apontava para os problemas representados pelos insurgentes, em sua maioria árabes sunitas contrários à Constituição defendida pelos EUA. Poucas pessoas votaram em Ramadi. Mas, pela primeira vez, em outros pontos do país, muitos sunitas participaram do referendo, a maior parte deles para votar "não".

Nesta segunda-feira, aviões e helicópteros das Forças Armadas dos EUA mataram cerca de 70 supostos rebeldes perto da cidade de Ramadi, disseram os extremistas nesta segunda-feira, dia em que era apurado o resultado do referendo de sábado sobre a nova Constituição do país.

A polícia de Ramadi disse que cerca de 20 das vítimas americanas eram civis, entre as quais crianças que tinham se reunido ao redor de um veículo militar dos EUA destruído.

O presidente dos EUA, George W. Bush, celebrou a votação, que aconteceu em meio a um forte esquema de segurança e quase sem episódios de violência, já que os insurgentes não agiram conforme previam os militares.

Depois da votação, foi a vez das forças de ocupação agirem. Segundo um comunicado dos militares americanos, uma batalha tomou conta de Ramadi no domingo, envolvendo jatos, helicópteros e soldados da infantaria dos EUA.

Ao menos 20 supostos rebeldes foram mortos quando um avião F-15 jogou bombas sobre um grupo de homens que estariam enterrando explosivos ao lado de uma estrada.

Outros supostos 50 extremistas teriam morrido em uma série de ataques, acrescentou o comunicado.

No entanto, o tenente Karim Salim, da polícia de Ramadi, disse que ao menos 20 dos mortos eram civis, entre os quais crianças de 11 anos de idade. Médicos da cidade tinham divulgado informações semelhantes no domingo.

Os moradores de Ramadi estavam indignados.

- Os aviões vieram e nos bombardearam pouco depois das orações - gritou um homem enquanto outros enterravam corpos na cidade. - Esses são civis inocentes. Para o inferno com essa Constituição.

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