Londres (das agências) A morte do brasileiro Jean Charles de Menezes pela polícia britânica será investigada por uma comissão independente. Segundo porta-voz da Scotland Yard, a Comissão Independente de Queixas da Polícia (IPCC, na sigla em inglês) vai avaliar o comportamento da polícia na sexta-feira passada, quando Menezes foi morto com tiros na cabeça na estação de metrô de Stockwell. "Não podemos dar detalhes sobre o que ocorreu, temos que esperar essa investigação", disse o porta-voz. Segundo ele, a investigação independente poderá demorar "dias ou semanas, no mínimo". "Estamos tendo uma operação gigantesca antiterrorismo e isso poderá atrasar um pouco a investigação."
Segundo emissoras de televisão britânicas, o brasileiro de 27 anos, teria recebido cinco tiros na cabeça. Testemunhas do incidente afirmaram na sexta-feira que os policiais atiraram no brasileiro depois dele ter caído no chão, de costas. Segundo o porta-voz, a Scotland Yard vai fazer também o possível para atender aos pedidos da família de Menezes por mais detalhes sobre o incidente. O primo da vítima, Alex Alves Pereira, exige que a polícia libere a fita de vídeo da estação de metrô que teria registrado o momento em que ele foi abordado pelos policiais. Segundo o porta-voz, os quatro primos de Menezes residentes em Londres foram colocados pela polícia num hotel "para que tenham mais conforto e segurança numa situação tão difícil como essa". A medida também visa evitar o contato deles com jornalistas.
Desculpas
Neste domingo, o chefe da Scotland Yard, Ian Blair, pediu desculpas à família do eletricista brasileiro. "É uma tragédia. A polícia metropolitana aceita a completa responsabilidade pelo o que aconteceu. À família, só posso expressar minhas profundas desculpas", disse Blair numa entrevista à rede de tevê Sky News.
O ministro do Interior inglês, Charles Clarke, também expressou neste domingo seu "profundo pesar" pela morte de Jean Charles, ao mesmo tempo em que destacou "as difíceis condições" em que trabalha a polícia para lutar contra o terrorismo na Grã-Bretanha.
O ministro de Relações Exteriores Celso Amorim pediu explicações neste domingo à Grã Bretanha pela morte de Menezes, advertindo que na luta contra o terrorismo é preciso respeitar a vida de pessoas inocentes. "Vim a Londres expressar a perplexidade do governo e povo brasileiros pela morte dele", afirmou Amorim, depois de se reunir com funcionários da chancelaria britânica. "Está claro que Menezes era um cidadão pacífico e inocente."
O chanceler reiterou que o "Brasil está em solidariedade com o Reino Unido", que foi alvo de dois ataques terroristas nas últimas duas semanas. Porém advertiu que, em meio às investigações antiterroristas, é preciso respeitar os direitos civis dos cidadãos e a vida dos inocentes. "Na luta contra o terrorismo temos de ter cuidado para evitar a perda de vidas inocentes", disse chanceler, que só pôde conversar com Jack Straw, ministro de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, por telefone, já que não se encontrava na capital britânica.
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