O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, anunciou ontem em entrevista coletiva a criação de uma comissão de investigação do duplo ataque que matou ao menos 76 pessoas na última sexta-feira.
"É importante esclarecer todos os aspectos dos ataques, para aprender lições com o que ocorreu. Foi uma tragédia nacional, um ataque à nação", afirmou o premiê. "Temos que distinguir claramente visões extremistas, opiniões, que são legítimas. O que não é legítimo é tentar implementar tais visões extremas por meio da violência. Acho que o que vimos é que haverá uma Noruega antes e outra depois de 22 de Julho. Mas espero e acredito que a Noruega do futuro será uma sociedade mais aberta e tolerante que a de antes".
Mais cedo, Stoltenberg já havia afirmado que iria revisar a reação da polícia ao duplo atentado, "após confortar e assistir" às vítimas. A polícia tem sido criticada porque a equipe armada da polícia de choque levou mais de uma hora para chegar à ilha de Utoeya, onde Anders Behring Breivik abriu fogo contra dezenas de jovens em um acampamento do Partido Trabalhista. Ele matou 68 pessoas na ilha e outras oito na explosão de um carro-bomba perto da sede do governo, em Oslo.
Especialistas internacionais afirmam que, nos próximos meses, a Noruega deve analisar friamente o seu sistema de segurança baseado na premissa de que o país não enfrenta um risco alto de terrorismo. Os crimes mais famosos da Noruega eram, até então, o roubo de peças de arte em 1994 e 2004, em que o quadro "O grito", de Edvard Munch, foi roubado.