Investigação
Terrorista não teve ajuda para atacar
O serviço de inteligência da Noruega afirmou ontem que não há indícios de que o terrorista Anders Behring Breivik, 32 anos, tenha tido apoio de aliados nos ataques que cometeu na semana passada,
Dois ataques cometidos pelo ultradireitista deixaram ao menos 76 mortos no país nórdico, até então modelo de estabilidade.
Em depoimento à Justiça na segunda-feira, Breivk disse que duas células terroristas estariam prontas para continuar a matança que ele havia iniciado.
Essas declarações colocaram em alerta aos serviços de inteligência internacionais sobre a eventual existência de uma rede de terror paneuropeia de motivação ultradireitista e xenofóbica.
"Até agora não temos nenhuma indicação de que ele tenha cúmplices ou de que existam mais células [terroristas]", afirmou hoje a chefe do setor de inteligência doméstica do governo, Janne Kristiansen.
Folhapress
O primeiro-ministro da Noruega, Jens Stoltenberg, anunciou ontem em entrevista coletiva a criação de uma comissão de investigação do duplo ataque que matou ao menos 76 pessoas na última sexta-feira.
"É importante esclarecer todos os aspectos dos ataques, para aprender lições com o que ocorreu. Foi uma tragédia nacional, um ataque à nação", afirmou o premiê. "Temos que distinguir claramente visões extremistas, opiniões, que são legítimas. O que não é legítimo é tentar implementar tais visões extremas por meio da violência. Acho que o que vimos é que haverá uma Noruega antes e outra depois de 22 de Julho. Mas espero e acredito que a Noruega do futuro será uma sociedade mais aberta e tolerante que a de antes".
Mais cedo, Stoltenberg já havia afirmado que iria revisar a reação da polícia ao duplo atentado, "após confortar e assistir" às vítimas. A polícia tem sido criticada porque a equipe armada da polícia de choque levou mais de uma hora para chegar à ilha de Utoeya, onde Anders Behring Breivik abriu fogo contra dezenas de jovens em um acampamento do Partido Trabalhista. Ele matou 68 pessoas na ilha e outras oito na explosão de um carro-bomba perto da sede do governo, em Oslo.
Especialistas internacionais afirmam que, nos próximos meses, a Noruega deve analisar friamente o seu sistema de segurança baseado na premissa de que o país não enfrenta um risco alto de terrorismo. Os crimes mais famosos da Noruega eram, até então, o roubo de peças de arte em 1994 e 2004, em que o quadro "O grito", de Edvard Munch, foi roubado.