O prefeito de Londres, Boris Johnson, disse nesta segunda-feira que o comissário assistente da Scotland Yard, John Yates, demitiu-se após receber a notícia que seria suspenso. Trata-se da segunda saída de um alto funcionário do departamento de polícia por causa do escândalo dos grampos telefônicos nos últimos dias.
Dois anos atrás Yates decidiu não reabrir uma investigação policial sobre a invasão de mensagens de voz de telefones celulares, afirmando não acreditar que haveria novas provas a serem consideradas. Ele disse nas últimas semanas que se arrepende da decisão.
O chefe de Yates, o comissário de polícia Paul Stephenson, demitiu-se ontem por causa de sua ligação com Neil Wallis, ex-editor executivo do News of the World, que foi detido por causa do escândalo.
O primeiro-ministro britânico David Cameron convocou nesta segunda uma sessão emergencial do Parlamento para informar os legisladores sobre o escândalo dos grampos telefônicos, na tentativa de controlar a crise que ameaça o império de mídia de Rupert Murdoch, os altos escalões da polícia de Londres e o próprio líder do país.
O Parlamento deve interromper o recesso de verão amanhã depois de os legisladores terem interrogado Murdoch, seu filho James e a ex-executiva-chefe da News International, Rebekah Brooks sobre o escândalo, mas Cameron disse que "pode ser bom que o Parlamento se reúna na quarta-feira, para que eu possa fazer mais declarações".
Cameron falou em Pretória, na África do Sul, no primeiro dia de sua visita de dois dias ao continente. Ele havia planejado uma viagem mais longa, mas mudou de ideia porque seu governo enfrenta um crescente número de questões a respeito de seu relacionamento com as empresas de Murdoch.
O Escritório de Fraudes britânico, a agência de investigação de fraudes do país, informou hoje que "considera seriamente" o pedido de um legislador para a abertura de uma investigação sobre a News Corp.
O escritório disse que qualquer investigação será limitada às atividades da News Corp na Grã-Bretanha, mas afirmou estar pronto para auxiliar as autoridades dos Estados Unidos, onde o FBI já abriu um inquérito sobre as vítimas do 11 de setembro e suas famílias, que também teriam sido alvo de grampos de jornalistas da News Corp.
Cameron afirmou que seu governo tomou "ação decisiva" ao estabelecer uma investigação, liderada por um juiz, sobre crimes que teriam sido cometidos no jornal e as relações entre políticos, a mídia e a polícia.
"Nós ajudamos a assegurar uma investigação policial grande e apropriada que pode chegar ao fundo do que aconteceu e temos demonstrado total transparência em termos de contato com a mídia", disse Cameron. As informações são da Associated Press.
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