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Menos de um dia depois do discurso de George W. Bush sobre o Estado da União, um comitê bipartidário do Senado americano rejeitou, nesta quarta-feira, o plano do presidente dos EUA de aumentar o número de soldados no Iraque. Por 12 votos a 9, o Comitê de Relações Exteriores, que conta com senadores de tendência democrata e republicana, aprovou uma resolução expressando clara discordância em relação à política de Bush para o país árabe.

Apesar de não ser mandatória, a resolução do comitê, que será enviada para o plenário para uma votação na próxima semana, tem grande significado simbólico e pode convencer o presidente a reconsiderar sua postura.

Para o senador democrata Joseph Biden, presidente do comitê, a resolução "não é uma tentativa de prejudicar o presidente".

- É uma tentativa de evitar que o presidente cometa um erro significativo em relação à nossa política no Iraque - disse Biden.

Em seu discurso sobre o Estado da União ao Congresso, na madrugada desta quarta-feira (horário de Brasília), Bush defendeu ardorosamente sua política para o país invadido em 2003, mas exigiu mais empenho do governo de Bagdá.

Tendo que enfrentar um Congresso majoritariamente democrata, pela primeira vez em seu mandato como presidente, Bush praticamente implorou aos seus opositores que "dessem uma chance" para as suas medidas visando o fim dos conflitos e o estabelecimento da democracia no Iraque - e que incluem o envio de mais 21 mil homens ao front. (Relembre os discursos anteriores de Bush).

- Muitos nesta câmara entendem que os EUA não podem fracassar no Iraque. Porque vocês entendem que as conseqüências de um fracasso seriam graves e de grande alcance - disse Bush.

Seguindo a linha de argumentação que passou a seguir desde que ficou claro que o Iraque não tinha qualquer arma de destruição em massa - motivo apresentado à população, e ao próprio Congresso, para a invasão de março de 2003 - Bush afirmou que o conflito no Oriente Médio faz parte de uma guerra maior contra o terror internacional e propôs a criação de um conselho especial bipartidário, formado por congressistas republicanos e democratas, para a troca de idéias sobre o assunto.

- Esta guerra é mais do que um choque de armas, é uma luta ideológica decisiva, e a segurança de nossa nação está em jogo - disse ele. - Para prevalecer, temos de eliminar as condições que inspiram o ódio cego e que levaram 19 homens a embarcar em aviões e vir nos matar - completou.

- Compartilharemos idéias sobre como posicionar os EUA para enfrentar qualquer desafio que nos seja imposto. E mostraremos a nossos inimigos no exterior que estamos unidos no objetivo de atingir a vitória - disse ele.

Os democratas reagiram ao discurso dizendo que Bush ignorou a única preocupação dos americanos: tirar seus soldados do front iraquiano.

Acuado pela menor popularidade de seu governo , e de qualquer presidente dos EUA no dia do discurso anual no Congresso desde Richard Nixon em 1974, Bush revelou detalhes de várias propostas de programas domésticos, como uma profunda mudança nos planos de saúde privados do país.

Depois de anos sem citar o aquecimento do planeta, Bush também afirmou no Congresso que a "mudança do clima global" é uma "ameaça séria" e anunciou grandes mudanças na política energética do país, entre elas o corte de 20% do consumo de gasolina nos EUA até 2017.

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