O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA enviou nesta quarta-feira (9) uma carta ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, para repreendê-lo por sua aproximação com Jair Bolsonaro.
Em seus primeiros dias cargo, o presidente brasileiro, destaca o texto assinado pelo presidente da comissão, “tomou uma série de ações que mira grupos marginalizados, particularmente as populações LGBT, indígena e afrobrasileira”.
“Ficou imediatamente claro que declarações passadas do presidente Bolsonaro não mais se limitam à retórica”, afirma o representante (título equivalente ao de deputado) Eliot L. Engel, um democrata.
Pompeo foi à posse do novo presidente brasileiro e, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, elogiou a ideia de instalar uma base americana no Brasil, abraçada e depois rechaçada por Bolsonaro.
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Em audiência com o chanceler Ernesto Araújo, o americano disse que seu país pretende “aprofundar a cooperação [com o Brasil] em questões de segurança e trabalhar conjuntamente contra regimes autoritários no mundo”, citando Cuba, Venezuela e Nicarágua.
O partido de Engel é mais próximo da linha progressista, e colegas dele já formularam uma carta de apoio a Lula.
O congressista, contudo, já criticou o petista - em 2009, definiu como “um erro grotesco, uma falha terrível” a recepção de Lula, então presidente do Brasil, ao iraniano Mahmoud Ahmadinejad, reeleito num pleito visto como fraudulento e realizado em meio a uma repressão violenta contra dissidentes.
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A carta pública afirma que o comitê ficou "perplexo" porque, após o americano se reunir com Bolsonaro, o Departamento de Estado disse que Pompeo "reafirmou a forte parceria Brasil-EUA, enraizada em nosso compromisso comum com democracia, educação, prosperidade, segurança e direitos humanos".
“Não está claro se o presidente Bolsonaro compartilha esses valores”, diz o documento.
“Se a administração Trump está de fato comprometida com essa parceria, sugerimos fortemente que você não endosse o comportamento de Bolsonaro, mas levante objeções a essas ações recentes de forma privada e pública”, pede o documento, assinado por Engel e cinco outros congressistas, todos democratas.