O Comitê Judicial do Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira (10), por dez votos a favor e oito contra, um projeto de lei que poderá abrir caminho para uma votação no Senado da legalização do casamento gay no nível federal.
Os 18 membros do Comitê debateram e aprovaram o projeto de lei que poderá derrubar em sessão plenária a lei Doma ('Defense of Marriage Act', ou Lei de Defesa do Casamento).
Promulgada em 1996 durante o governo de Bill Clinton, a lei Doma nega benefícios federais aos gays e lésbicas que hoje podem se casar legalmente em seis estados: Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire, Vermont e Nova York, assim como na capital, Washington.
A Doma afirma que o governo federal não reconhece outro casamento que o "da união legal entre um homem e uma mulher".
O projeto de lei para derrubá-la é patrocinado pela democrata da Califórnia Dianne Feinstein, que considera que a "Doma causa verdadeiros problemas por sua natureza discriminatória".
Feinstein disse que há 313 mil casais homossexuais já casados e destacou que as diversas indenizações, pensões e seguros médicos não podem ser divididos por um casal do mesmo sexo.
A parlamentar citou uma carta de 70 empresas dos Estados Unidos, entre elas, Xerox, CBS, Time Warner, Google e Nike, sobre os "altos custos" causados pela falta de reconhecimento do casamento homossexual, tanto em contabilidade como em gastos sociais.
Os senadores republicanos, por sua vez, disseram que queriam manter a Doma por uma série de razões, religiosas, econômicas, ou simplesmente por uma questão de calendário.
De acordo com o republicano do Texas, John Cornyn, a lei atual "preserva o direito de cada Estado de tomar suas próprias decisões", e evita os custos adicionais em termos de benefícios sociais que se derivariam da legalização do casamento gay no nível federal.
"O povo americano continuará apoiando o casamento tradicional", disse.