Eu perguntei a meus pais o que eles pensariam, em tese, se eu me alistasse no exército. Como americanos orgulhosos de seu país e tendo o maior respeito pelas forças armadas dos Estados Unidos, eu imaginava certamente que eles não teriam problema com isso.
Para minha grande surpresa, as primeiras palavras de minha mãe foram, “com a direção que este país está tomando, o que resta para defender?”
Essas palavras me atingiram em cheio. Eu sabia que ela não estava duvidando dos valores americanos ou da importância do serviço militar. Em vez disso, ela expunha um ponto de vista preocupado com o futuro dos Estados Unidos, prevendo um mundo onde sua supremacia seria atacada por dentro.
Quanto mais eu reflito sobre seu comentário, mais eu compartilho suas preocupações, especificamente, quando observo a popularidade ascendente da teoria crítica de raça. Essa ideologia odiosa prega contra os princípios americanos e pode minar o futuro das forças armadas dos Estados Unidos.
A teoria crítica de raça postula que os EUA são sistematicamente racistas. Ela decorre da ideologia marxista, pois divide o povo em grupos de opressores e oprimidos, baseando-se em sua raça. Fazendo da raça o foco de tudo, a adoção e o ensino da teoria crítica de raça leva ao racismo institucionalizado e patrocinado pelo Estado.
Isso é contrário aos princípios que fundaram o país desde sua concepção: o objetivo era criar uma terra de oportunidades. Conforme o preâmbulo da Declaração de Independência, todos os homens foram criados iguais, com os direitos inalienáveis da vida, da liberdade e da busca da felicidade.
Embora nem sempre o país tenha incorporado esses princípios ao longo de sua história, a busca incansável por essas verdades salvou-o do abismo da escravidão e do racismo. O país passou emendas constitucionais para garantir a equidade e também proibiu a discriminação racial com suporte dos dois lados de espectro político.
No entanto, a teoria crítica de raça reverteria os progressos que o país fez. Essa teoria ensina que certas pessoas merecem tratamento preferencial baseado em sua cor de pele, enquanto outras raças devem ser punidas. Ironicamente, isso é similar ao racismo que afirma extinguir.
Esses ensinamentos se tornaram um problema controverso no meio do exército dos Estados Unidos.
A lista de leituras obrigatórias da Marinha inclui livros sobre a teoria crítica de raça e políticas identitárias. O que é ainda mais preocupante é que os militares não têm sido receptivos aos argumento contrários.
Em maio, o tenente-coronel Matther Loheimer foi demitido do comando de uma unidade da Força Especial dos EUA por manifestar uma opinião diferente sobre os ensinamentos militares da teoria crítica de raça.
Muitos americanos enxergam os perigos dessa ideologia. Tom Cotton, senador republicano por Arkansas, e Dan Crenshaw, deputado republicano pelo Texas, lançaram em maio um canal de contato para membros militares ativos relatarem a teoria crítica de raça em seus programas de "treinamento de diversidade". Eles receberam centenas de mensagens.
Como explica Dakota Wood, pesquisador da Heritage Foundation, “o sucesso no combate depende da coesão e da competência das forças envolvidas. [...] A teoria crítica de raça e outros conceitos divisivos semelhantes destroem isso.”
Essa teoria também está invadindo o sistema escolar dos Estados Unidos. Ela ensina aos futuros líderes do país – e potenciais soldados – que certos colegas de turma são maus por causa de sua cor de pele.
Os militares prestam juramento de defender a Constituição e os EUA, a ponto de colocar suas vidas em risco. Por que um jovem faria isso, quando é ensinado que seu país é inerentemente mau?
Conforme o recrutamento militar continua a diminuir, essa preocupação cresce ainda mais. Menos pessoas estão procurando uma carreira no serviço militar. Aqueles que o fazem estão sendo doutrinados com uma ideologia racista.
O país deve retornar aos seus princípios fundadores em cultura, forças armadas e ensino. É preciso restaurar a compreensão dos valores fundamentais do país. Isso irá determinar o futuro da segurança nacional.
É preciso ensinar aos jovens que há algo pelo qual vale a pena lutar. Caso contrário, não há como como explicar o caminho para onde vai o país.
Considere o aviso de minha mãe. Tenha certeza de que haverá algo para seu filho defender. A teoria crítica de raça ameaça a integridade da república. É preciso impedir que isso fique ainda mais fora de controle.
Kaitlyn Romaine é estudante do College of the Holy Cross.