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Resposta coordenada

Como a União Europeia planeja o fim das medidas de contenção contra a Covid-19

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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, realiza uma coletiva de imprensa sobre a resposta da União Europeia (UE) à crise do COVID-19 na sede da UE em Bruxelas, em 15 de abril de 2020 (Foto: JOHN THYS / POOL / AFP)

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A Comissão Europeia publicou nesta quarta-feira (15) um roteiro para guiar os países da União Europeia na retirada gradual das medidas de contenção adotadas devido à pandemia do novo coronavírus.

Embora a situação varie consideravelmente entre os países-membros e alguns deles já estejam reabrindo o comércio gradualmente, como Itália, Espanha e Áustria, o bloco considera que uma resposta coordenada para a retomada econômica seja a melhor maneira de reagir à crise causada pelas restrições de mobilidade, adotadas em diferentes níveis entre os governos para conter a propagação da Covid-19.

"O planejamento responsável, equilibrando sabiamente os interesses da proteção da saúde pública com os do funcionamento de nossas sociedades, precisa de uma base sólida", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nesta quarta-feira. "Por esse motivo, a Comissão elaborou um catálogo de diretrizes, critérios e medidas que fornecem uma base para ações ponderadas. A força da Europa reside no seu equilíbrio social e econômico. Juntos, aprendemos uns com os outros e ajudamos nossa União Europeia a sair desta crise", concluiu.

Neste roteiro, princípios-chave foram estabelecidos.

1. Momento certo

A decisão de começar a afrouxar as restrições de mobilidade devem seguir os seguintes critérios:

  • Dados epidemiológicos devem apontar para diminuição da disseminação da doença e que a epidemia esteja estabilizada significativamente por um período prolongado.
  • O sistema de saúde do país deve ter capacidade suficiente. Por exemplo, deve-se levar em consideração a taxa de ocupação de unidades de terapia intensiva (UTI) e a disponibilidade de profissionais de saúde e material médico.
  • A capacidade de monitoramento também deve ser apropriada, incluindo a realização de testes em larga escala para detectar e isolar rapidamente indivíduos infectados, além de capacidade de rastreamento.

2. Resposta conjunta

Apesar de os países-membros estarem em estágios diferentes da epidemia e que cada um adotará ações diferentes para afrouxar as restrições, a Comissão considera que deve existir uma coordenação conjunta para evitar efeitos negativos, indicando que, ao menos, os membros do bloco devem notificar à Comissão antes de adotarem medidas. respeito e solidariedade são essenciais "para os aspectos de saúde e socioeconômicos", diz o roteiro da UE.

3. Medidas a serem consideradas antes do fim do confinamento

A Comissão cita cinco medidas para diminuir o confinamento de maneira progressiva:

  • Reunir dados harmonizados e desenvolver um sistema robusto de geração de relatórios e rastreamento de contatos, inclusive com ferramentas digitais que respeitem totalmente a privacidade dos dados;
  • Expandir a capacidade de teste e harmonizar as metodologias de teste. A Comissão, em consulta com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, adotou diretrizes sobre diferentes testes de coronavírus e seu desempenho;
  • Aumentar a capacidade e a resiliência dos sistemas nacionais de saúde, em particular para lidar com o aumento previsto de infecções após o levantamento de medidas restritivas;
  • Continuar a reforçar as capacidades de equipamentos médicos e de proteção individual;
  • Desenvolver tratamentos e medicamentos seguros e eficazes, bem como desenvolver e acompanhar a introdução de uma vacina para acabar com o coronavírus.

4. Recomendações concretas para o fim do confinamento

As medidas citadas anteriormente devem ser seguidas de medidas concretas na retomada das atividades econômicas.

  • As ações devem ser graduais: as restrições de mobilidade devem ser afrouxadas em etapas diferentes, com tempo suficiente entre elas para medir o impacto.
  • Medidas gerais devem ser progressivamente substituídas por medidas específicas. Por exemplo: proteger os grupos mais vulneráveis ​​por mais tempo; facilitar o retorno gradual das atividades econômicas necessárias; intensificar a limpeza e desinfecção regulares de centros de transporte, lojas e locais de trabalho; substituir estados gerais de emergência por intervenções governamentais direcionadas para garantir transparência e responsabilidade democrática.
  • Os controles de fronteira interna devem ser levantados de maneira coordenada. As restrições de viagem e o controle das fronteiras devem ser removidos quando a situação epidemiológica das regiões fronteiriças convergir suficientemente. As fronteiras externas devem ser reabertas numa segunda fase e ter em conta a propagação do vírus fora da UE.
  • O reinício da atividade econômica deve ser implementado em fases, evitando que toda a população volte aos locais de trabalho ao mesmo tempo. Existem vários modelos que podem ser implementados, levando-se em consideração os empregos adequados para teletrabalho, importância econômica, turnos de trabalhadores, etc.
  • Encontros presenciais devem ser progressivamente permitidos, levando em consideração as especificidades das diferentes categorias de atividades, como: escolas e universidades; atividade comercial; funcionamento de restaurantes e cafés; grandes eventos.
  • Esforços para impedir a disseminação do vírus devem ser mantidos, com campanhas de conscientização para incentivar a população a manter as fortes práticas de higiene e o distanciamento social.
  • As ações devem ser monitoradas continuamente e o país deve estar preparado para retornar a medidas de contenção mais rígidas, conforme necessário.

Para fazer este roteiro, a Comissão Europeia levou em consideração a experiência do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças e o painel de especialistas científicos que aconselham a Comissão sobre o coronavírus.

O órgão executivo da UE também anunciou que vai elaborar um plano de recuperação econômica, com base numa proposta renovada para o próximo orçamento da UE a longo prazo.

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