Os presidentes do Uruguai, eleito o esquerdista Yamandú Orsi; Javier Milei, da Argentina; Claudia Sheinbaum, do México; e José Raúl Mulino, do Panamá| Foto: EFE/Stringer/Juan Ignacio Roncoroni/José Méndez/Carlos Lemos
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A vitória de Yamandú Orsi, do progressista partido Frente Ampla, nas eleições presidenciais do Uruguai, neste domingo (24), ampliou a onda esquerdista em vigor na América Latina.

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Orsi substituirá a gestão conservadora de Luis Lacalle Pou a partir de março do próximo ano, data de sua posse. O Uruguai vai na contramão de outros países da região que elegeram governantes de direita nas últimas eleições nacionais, como a Argentina, de Javier Milei, o Paraguai, de Santiago Peña e o Panamá, de José Raúl Mulino.

Atualmente, seis países da América Latina estão alinhados com ideais de direita.

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A Argentina foi o caso mais emblemático dos últimos anos, uma vez que a vitória do libertário Javier Milei retirou do poder o peronismo, que havia vencido quatro das cinco disputas anteriores para a Casa Rosada.

Milei desbancou o peronista Sergio Massa, apoiado pelo ex-presidente Alberto Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, que também já governou o país.

Desde sua posse, em dezembro do ano passado, Milei adotou diversas políticas para impulsionar a economia argentina - que observou uma piora da crise durante a gestão anterior - além de medidas para reduzir o tamanho do Estado, entre elas a demissão em massa de funcionários públicos e extinção de órgãos.

Mais recentemente, Milei também criticou membros de seu governo, como sua vice Victoria Villarruel, e até demitiu a chanceler do país por ter votado na ONU a favor de Cuba, uma ditadura socialista muito criticada pelo mandatário argentino.

Em outubro do ano passado, o Equador também deu uma guinada à direita com a vitória do empresário Daniel Noboa, que derrotou o correísmo nas eleições presidenciais, com a promessa de combater duramente o crime organizado.

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Noboa foi eleito em eleições antecipadas devido à saída do ex-presidente Guillermo Lasso, que optou por deixar o cargo antes do fim de mandato aplicando a chamada "morte cruzada" em maio do ano passado.

No Paraguai, Santiago Peña manteve a hegemonia do partido direitista Colorado ao vencer as eleições presidenciais em abril do ano passado. Ele sucedeu o colega de partido Mario Abdo Benítez.

Na Costa Rica, o economista “anti-establishment” Rodrigo Chaves foi eleito em 2022 para liderar um dos países mais estáveis da região. Sua gestão terminará apenas em 2026.

Em maio deste ano, o Panamá também elegeu um candidato de direita para governar o país: José Raúl Mulino.

Durante a campanha presidencial, Mulino pediu ajuda de Donald Trump para fechar a selva mais perigosa do mundo, rota de imigração ilegal, Darién.

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Nos anos em que atuou como ministro de Segurança no governo de Ricardo Martinelli, Mulino também conseguiu fazer com que as forças militares do país acabassem com a presença das Farc no trecho da selva localizado no território panamenho.

Na semana passada, o país centro-americano informou que está no caminho para se tornar integrante do Mercosul. De acordo com Mulino, o documento que oficializa a intenção do Estado em se tornar membro associado deve ser assinado durante a próxima cúpula do Mercosul, marcada para o mês que vem, no Uruguai.

Outro país da América Central que escolheu um líder de direita foi El Salvador, cujo presidente é Nayib Bukele, conhecido por suas medidas duras contra a criminalidade no país.

Seu principal projeto, que recebeu forte apoio popular, foi a construção de uma megaprisão para acabar com as gangues que controlavam o país e ameaçavam diariamente seus cidadãos.

No Peru, a mandatária Dina Boluarte, que era vice-presidente do esquerdista Pedro Castillo - destituído e preso no final de 2022 após tentar dar um golpe de Estado - divide opiniões devido ao apoio recebido da direita nos últimos anos de sua gestão, mesmo sendo eleita em um governo de esquerda.

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Apesar das vitórias da direita nesses países, a esquerda obteve alguns ganhos, como no México, onde Claudia Sheinbaum, apoiada pelo ex-presidente López Obrador, foi eleita a primeira mulher liderando o país. Sua posse aconteceu em outubro.

Neste mesmo ano, tomou posse na Guatemala Bernardo Arévalo de León, do partido de centro-esquerda Semilla, após forte pressão do Ministério Público e do Judiciário para evitar sua vitória.

Poucos meses depois, Luis Abinader, de centro-esquerda, conseguiu seu segundo mandato como presidente da República Dominicana, país do Caribe.

O Brasil é liderado pelo PT, com Luiz Inácio Lula da Silva à frente do governo desde 2022, em seu terceiro mandato presidencial, enquanto a Colômbia elegeu Gustavo Petro no mesmo ano.

Em Honduras, a esquerdista Xiomara Castro, do partido Liberdade e Refundação (Libre), venceu as eleições em 2021. No ano passado, a mandatária rejeitou o reconhecimento de Taiwan e estabeleceu laços com a China, que tem cada vez mais investido na América Latina.

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Ainda em 2021, Gabriel Boric derrotou o conservador José Kast no Chile e se elegeu presidente. Novas eleições presidenciais estão marcadas para o próximo ano.

Em 2020, a Bolívia também elegeu um novo presidente alinhado com o progressismo: Luis Arce, envolvido em uma disputa política ferrenha com seu antecessor e antigo padrinho político, Evo Morales.

O Suriname e a Guiana também elegeram seus presidentes em 2020: os candidatos de centro-esquerda Chan Santokhi e o esquerdista Irfaan Ali, respectivamente, este último envolvido em uma disputa territorial com o ditador venezuelano Nicolás Maduro no ano passado.

Além dos países considerados "esquerda moderada", há ainda ditaduras socialistas em vigor na região, cujos líderes não pretendem deixar o poder tão cedo. São elas a da Nicarágua, de Daniel Ortega; Venezuela, com o regime de Nicolás Maduro; e Cuba, comandada por Miguel Diáz-Canel.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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