Fronteira dos Estados Unidos com o México. Imagem ilustrativa.| Foto: EFE/ Luis Torres
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A crise na fronteira sul dos Estados Unidos continua a crescer fora de controle. O departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA recentemente anunciou um recorde para o mês de julho de 212.672 imigrantes encontrados.

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Os mais de 1,3 milhões de encontros até agora no ano de 2021 é uma lembrança rígida de que a “entrada grátis” nas divisas do país continua implacavelmente, sem cessar.

A crise humanitária que essa situação criou recebeu muita atenção, e de modo especial na própria fronteira. Mas o fracasso em garantir a segurança dela também atinge de forma profunda o interior dos Estados Unidos.

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Especificamente, as organizações criminosas transnacionais tiraram proveito do caos na fronteira e partes dela se tornaram uma estrada pavimentada a contrabandos diversos e tráfico de drogas.

Esses cartéis tiram rápido proveito das patrulhas sobrecarregadas. A Patrulha de Fronteira atuou de forma valente em face ao surto sem precedentes de imigração ilegal, mas seus recursos eram extremamente insuficientes.

Os recursos da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA estão sendo usados para lidar com a crise migratória, deixando vulnerabilidades críticas em outros lugares ao longo da fronteira.

O resultado foi o crescimento exponencial da captura de drogas ilícitas nas redondezas, incluindo cocaína, heroína e o extremamente perigoso fentanil.

A NBC News noticiou recentemente que agentes federais em El Paso viram o aumento de 4.000% em apreensões de fentanil em relação aos últimos três anos. Os agentes federais apreenderam cerca de 0,5 kg nos portos de entrada em todo o ano de 2018 e 18,6 kg até agora apenas em 2021.

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O fentanil é uma droga particularmente perigosa. Apenas 2 miligramas podem produzir uma dose fatal. Ele está cada vez mais sendo incorporado a outras drogas ilícitas, fornecendo aos cartéis um meio barato e potente de aumentar a produção de drogas e o ganho financeiro.

Tragicamente, a incorporação de fentanil em outras drogas ilícitas também ajudou no aumento das mortes por overdose. Usuários desavisados costumam ingerir uma dose fatal de fentanil junto com qualquer outra droga que pretendiam consumir.

A crise de opioides afetou centenas de milhares de americanos nos últimos anos, com dezenas de milhares morrendo todos os anos devido à overdose. Embora atenção tenha sido dada anteriormente ao papel da prescrição de opioides no contexto dessa crise, o aumento do fentanil ilícito e sua introdução nefasta em outras drogas ilegais – incluindo metanfetamina, cocaína e pílulas falsas – emergiu como o verdadeiro impulsionador desta crise.

Apesar de o número de mortes por overdose envolvendo prescrição de opioides ter diminuído, ele foi compensado por um aumento impressionante nas mortes por overdose de opioides sintéticos, principalmente fentanil.

Nos últimos anos, o fentanil ilícito e seus precursores têm sido cada vez mais contrabandeados para os EUA a partir da China, na maioria das vezes via México e, em última instância, pela fronteira sudoeste. Ainda mais recentemente, as organizações criminosas transnacionais no México começaram a produzir fentanil e a contrabandear diretamente para os Estados Unidos.

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Isso resultou em luta para as comunidades locais – de todos os tamanhos e em todos os 50 estados – a fim de fornecer assistência e serviços às pessoas afetadas pela dependência.

Um acordo recente de US$ 26 bilhões entre procuradores-gerais estaduais e a farmacêutica Johnson & Johnson, bem como três grandes distribuidores de medicamentos dos EUA, deve fornecer a estados e localidades participantes influxo de recursos financeiros necessários para enfrentar a crise em nível local. Mas o flagelo do consumo de opioides não diminuirá até que a crise na fronteira sudoeste dos EUA seja devidamente tratada.

O governo Biden deve levar a sério sua obrigação de salvaguardar os interesses de segurança nacional. Isso inclui o fornecimento de recursos adequados para os policiais federais encarregados da interdição de drogas ao longo da fronteira sudoeste dos EUA.

Infelizmente, até que isso ocorra, provavelmente continuaremos a experimentar as consequências trágicas dessa crise perniciosa.

Scott Erickson é o ex-chefe de equipe interino do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos e ex-conselheiro sênior para aplicação da lei do secretário de Segurança Interna.

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©2021 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.