Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Volta ao normal

Como países com alta taxa de vacinação contra Covid estão reabrindo as economias

Países com altos índices de vacinação contra a Covid-19 começam a reabrir a economia (Foto: BigStock)

Ouça este conteúdo

Pouco mais de um ano após o início da pandemia, mais de 1,6 bilhão de doses de vacinas contra o coronavírus já foram aplicadas em todo o mundo. No entanto, enquanto muitos países ainda enfrentam dificuldades para imunizar suas populações, outros já têm campanhas avançadas de vacinação e começam a voltar a uma normalidade mais parecida com o período pré-pandemia.

Segundo levantamento do Our World in Data, esses são os dez países com mais de 1 milhão de habitantes que têm a maior parcela da população totalmente imunizada: (dados até 21 de maio)

Para comparação, o Brasil tem 9,65% da população completamente imunizada (20,44 milhões de pessoas), segundo dados de sexta-feira (21). Uma parcela de 19,64% da população total de brasileiros já recebeu pelo menos uma dose (41.578.892 pessoas).

Especialistas estimam que entre 70% e 90% de uma população precisa estar vacinada para que se alcance a imunidade coletiva, quando uma quantidade suficiente de pessoas está protegida e assim os contágios reduzem significativamente. Embora nenhum país com mais de um milhão de habitantes já tenha atingido esse nível, alguns já começaram a liberar a população das regras mais rígidas de combate à pandemia. Veja a seguir alguns desses casos:

Estados Unidos

Em todos os estados americanos, as restrições da pandemia estão sendo flexibilizadas e em muitos lugares os negócios já voltaram a funcionar normalmente. Estima-se que nos próximos meses o país esteja aberto, com apenas algumas restrições.

Em Vermont, por exemplo, o governo anunciou que todas as restrições serão suspensas quando o estado atingir 80% da população vacinada. A Califórnia irá encerrar em 15 de junho praticamente todas as limitações relacionadas ao coronavírus que ainda estão em vigor, reabrindo totalmente sua economia. Já o Texas se antecipou e permitiu a reabertura dos negócios ainda em março.

Americanos que já estão imunizados não precisam mais usar máscaras na maioria das situações, segundo recomendação do Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC). O país tem usado as vacinas da Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson.

Autoridades de saúde locais apontam, no entanto, que o sucesso da reabertura em grande escala esperada para o verão depende da vacinação total dos adultos no país. No momento, o ritmo de vacinação está diminuindo, e por isso os estados têm encontrado maneiras criativas de incentivar a população, incluindo a distribuição de bilhetes de loteria, cupons de descontos e ingressos para eventos esportivos.

O presidente Joe Biden estabeleceu a meta de vacinar 70% dos adultos até o dia 4 de julho. Até o momento, mais de 60% dos maiores de 16 anos já receberam pelo menos uma dose de vacina contra o coronavírus. Em todo o país, todas as pessoas com 12 anos ou mais já podem ser vacinadas, depois que o CDC autorizou o uso do imunizante da Pfizer também para adolescentes de 12 a 15 anos.

Praticamente todos os estados dos EUA estão em tendência de queda de casos de Covid-19. A taxa de mortes pela infecção no país é a menor desde 31 de março de 2020: a média diária registrada na sexta-feira (21) foi de 589 mortes em todo o país, que chegou a ser um dos mais atingidos pela vírus e acumula mais de 588 mil mortes por Covid-19. O pico da pandemia nos EUA ocorreu em janeiro, quando o país chegou a registrar média diária de mais de 4 mil mortes.

Israel

Com a vacinação contra Covid-19 mais avançada do mundo, Israel anunciou no início do mês o relaxamento de restrições da pandemia. O Ministério de Saúde de Israel eliminou a exigência de máscaras ao ar livre em 18 de abril - o equipamento de proteção ainda é exigido em ambientes internos. Desde 6 de maio, os israelenses podem novamente fazer reuniões com até 50 pessoas em ambientes fechados e até 500 pessoas em áreas externas. Academias foram reabertas para pessoas que ainda não foram vacinadas e os locais que exigem certificado de vacinação não estão mais sujeitos a limitações de ocupação.

Após 14 meses fechados, os cinemas de Israel serão reabertos no dia 27 de maio. A notícia foi bem recebida pela população, após mais de um ano de pandemia e de 11 dias do conflito violento entre Israel e o Hamas que se encerrou na sexta-feira. O plano é permitir a entrada das pessoas que já foram vacinadas e possuem um "passaporte verde" e limitar a entrada de não vacinados para o máximo de 50 pessoas por sala.

O Ministério do Turismo israelense planeja reabrir o país para visitantes estrangeiros em breve. Um plano piloto com início no domingo (23) vai permitir a entrada de grupos limitados de turistas vacinados. Caso o plano de testar os turistas para Covid e rastrear sua movimentação pelo país tenha sucesso, mais grupos poderão visitar a nação do Oriente Médio. Se tudo funcionar como o esperado, viajantes individuais poderão chegar ao país a partir de 1 de julho. Todos os visitantes precisarão ter sido vacinados com uma das vacinas aprovadas em Israel e serão admitidos apenas viajantes de países que atendam os requisitos de controle da pandemia, segundo o Jerusalem Post.

A vacinação em Israel foi combinada com um lockdown rígido. Após as medidas, os casos e mortes por Covid-19 despencaram no país. Nos últimos sete dias, Israel teve uma média diária de 30 casos e 2 mortes por coronavírus.

Reino Unido

Há duas semanas, os britânicos foram liberados para voltar a se abraçar, jantar na parte interna de um pub e frequentar cinemas. As restrições têm sido gradualmente suspensas no Reino Unido à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança. Mais de 71% dos adultos já receberam pelo menos uma dose de vacina da Covid-19 desde que o país começou sua campanha de imunização em dezembro.

Na Inglaterra, pessoas com 32 e 33 anos foram chamadas a agendar a sua primeira dose a partir de final de semana. O secretário de Saúde Matt Hancock disse na sexta-feira que o governo está a caminho de oferecer a primeira dose de vacina a todos os adultos no Reino Unido até o final de julho. O país usa os imunizantes da Astrazeneca/Oxford, Pfizer e Moderna.

As flexibilizações eram muito aguardadas pelos britânicos. Em janeiro, a Inglaterra enfrentou um terceiro lockdown nacional para conter os contágios que aumentaram após as festas de fim de ano. O número de novas infecções diárias caiu de cerca de 70 mil durante o pico ocorrido no inverno para cerca de 2.300 na semana passada.

Em abril, estabelecimentos não essenciais, academias e salões de beleza reabriram e restaurantes puderam atender clientes em áreas externas. Há duas semanas, as regras de distanciamento social foram ainda mais flexibilizadas, com a permissão de encontros de até seis pessoas em ambientes internos, incluindo bares e restaurantes, e de até 30 pessoas locais ao ar livre. Os britânicos também não precisam mais passar por uma quarentena ao voltar de alguns países como Portugal e Islândia.

A próxima etapa do plano de reabertura está prevista para 21 de junho. No entanto, o primeiro-ministro Boris Johnson alerta que as pessoas devem manter a cautela, enquanto o país se preocupa com o aumento da circulação da variante do coronavírus que foi primeiro detectada na Índia e que possivelmente é mais transmissível.

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros