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A voz no rádio no meio do Mar da China Meridional segue um roteiro familiar para o capitão Eric Anduze, que comanda o USS Blue Ridge. É a China ao telefone.
"Eles vão nos contatar e dirão – 'navio do governo dos EUA, esta é a embarcação da Marinha da China número tal. Vamos nos manter a cinco milhas de vocês e escoltá-los enquanto vocês fazem o seu trânsito", disse Anduze, descrevendo a voz em língua inglesa de um navio de guerra chinês rival.
A resposta dos EUA é curta: "Embarcação chinesa, esta é a embarcação do governo 1 9, câmbio, desligo". A partir daí, silêncio, enquanto os navios de potências mundiais rivais avançam juntos.
As interações navio-navio são um potencial ponto de tensão regular para as duas maiores forças armadas do mundo em águas disputadas. Em setembro, um contratorpedeiro chinês navegou a uma distância de um campo de futebol do USS Decatur, uma manobra considera pelos EUA como "insegura e não profissional". Isso não impediu futuras navegações – os EUA enviaram dois contratorpedeiros de mísseis guiados a 12 milhas náuticas de ilhas disputadas no início deste mês.

Localizado no Japão, o Blue Ridge é um viajante frequente pelo Mar da China Meridional, que Pequim considera suas águas contra uma comunidade internacional cada vez mais preocupada com o seu avanço. A área abriga as principais rotas marítimas e pesqueiras que provocaram disputas entre a China e seus vizinhos.
A China construiu e equipou ilhas artificiais com prédios, torres de comunicação, portos e pistas de pouso para consolidar suas reivindicações, o que muitos observadores internacionais dizem ser provocações militares. Os EUA dizem que viajam pelas águas como se as reivindicações expansivas não existissem, percorrendo as rotas marítimas como faz o Blue Ridge, ou nas chamadas patrulhas de "liberdade de navegação" perto das ilhas disputadas. Essas últimas viagens são vistas pela China como agravantes.