Representantes da companhia aérea russa MetroJet rejeitaram, em uma coletiva de imprensa nesta segunda (2), a hipótese de que uma falha técnica tenha causado o acidente em que 224 pessoas morreram no Egito.
Segundo um dos vice-diretores da empresa, Alexander Smirnov, a queda só pode ter sido causada por “um impacto mecânico” externo. “O avião estava em perfeitas condições. Nós descartamos falhas técnicas ou erros da tripulação.”
No entanto, para o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, ainda não foram recolhidas informações suficientes para descartar qualquer hipótese. “A investigação só está começando. Temos que esperar ao menos os primeiros resultados.”
No domingo (1º), foi revelado que o Airbus A321 despedaçou-se durante o voo, em elevada altitude, espalhando destroços sobre uma região de cerca de 20 quilômetros quadrados.
A desintegração de um avião, em altitude de cruzeiro, é rara se não for associada a algum outro evento -explosão, por exemplo. As caixas pretas de dados e de voz, que podem solucionar as causas do acidente, ainda estão sendo analisadas.
Outro representante da MetroJet, Viktor Yung, também disse que nenhuma ligação de emergência foi feita pela tripulação ao controle de tráfego aéreo antes da queda, contrariando a versão do governo egípcio de que o piloto teria ligado para informar que estava com problemas técnicos e solicitar um pouso de emergência.
Os restos mortais de parte das vítimas do acidente aéreo da MetroJet chegaram nesta madrugada a São Petersburgo, na Rússia, onde serão identificados por uma equipe forense.
Segundo a agência Tass, ao menos 144 corpos, de um total de 224 vítimas, foram repatriados.
O governo russo enviou ao Egito cerca de cem especialistas em situações de emergência e em aviação para análise do local do acidente. Também a França e a Alemanha colaboram com autoridades egípcias nas investigações.
O acidente
A aeronave, um Airbus A-321 operado pela companhia Kogalymavia (conhecida como MetroJet) voava de um resort na cidade de Sharm el-Sheikh, próxima ao mar Vermelho, para São Petersburgo, quando caiu em uma área montanhosa da península de Sinai, ao sul da cidade de Alarixe.
O avião decolou às 5h51 no horário do Cairo (1h51 no horário de Brasília), com boa condição climática, e sumiu dos radares após 23 minutos, quando voava a 9.400 metros de altura.
Por motivo de segurança, as companhias europeias Air France e Lufthansa desviaram temporariamente todos os voos que sobrevoam a península do Sinai. Apenas as aeronaves que vão para cidades da região deverão passar por lá.