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O presidente da companhia Tokyo Electric Power (Tepco), Masataka Shimizu, disse nesta segunda-feira que a companhia cancelou um plano para construir dois novos reatores na usina Daiichi, em Fukushima, no nordeste do Japão. É a primeira vez desde 11 de março, quando um terremoto e um tsunami danificaram a estrutura da usina, que a empresa proprietária reconhece que abandonará definitivamente seu plano para construir os reatores.

Falando ao Parlamento, Shimizu disse que seria difícil justificar a manutenção do plano para adicionar dois novos reatores à usina. Segundo ele, a Tepco entregará ao governo em breve um novo plano, sem as novas unidades. A Tepco planejava anteriormente construir os reatores 7 e 8 na usina, com operações comerciais a partir de 2016 e 2017, respectivamente. "Nós entendemos que é difícil incluí-los" no plano de fornecimento da companhia, admitiu Shimizu.

A Tepco ainda não avaliou alternativas para o fornecimento de energia dos dois reatores, pois tem se concentrado nos esforços para controlar a crise de radiação na usina Daiichi, informou um porta-voz da companhia. Também não está claro quando a companhia conseguirá entregar um plano revisado de geração de energia ao governo, disse o porta-voz.

Antes do desastre, a Tepco planejava construir quatro novos reatores - dois na usina Daiichi e dois na usina Higashidori, na região de Aomori, norte japonês. Depois de 11 de março, a Tepco suspendeu a construção do reator número 1 em Higashidori. No número 2, a construção ainda não começou.

Radiação

Funcionários do governo disseram hoje que a radioatividade nos reatores 1 e 3 da usina Daiichi está em nível elevado, de acordo com as primeiras medidas tomadas dentro desses locais desde 11 de março. Isso não necessariamente impede, porém, que trabalhadores entrem no local para realizar reparos, disseram funcionários do governo.

Os níveis de radiação, obtidos com o uso de um robô emprestado pelos Estados Unidos, variam entre 10 e 49 milisieverts por hora (unidade usada para expressar danos biológicos causados pela radiação) no chão do reator 1, e entre 28 e 57 milisieverts por hora no reator 3. O porta-voz da Agência de Segurança Nuclear e Industrial, Hidehiko Nishiyama, disse que os números estavam dentro do esperado. Segundo ele, os trabalhadores podem fazer os reparos se os níveis de radiação estiverem em até cerca de 50 milisieverts. Nishiyama notou, porém, que serão precisos mais testes para se verificar se há bolsões com mais radiação, que poderiam ser perigosos.

O robô não foi enviado ao prédio do reator número 2, onde acredita-se que o nível de radiação seja maior, por causa de um vazamento no núcleo do reator. No domingo, a Tepco anunciou um cronograma de nove meses para controlar os 3 reatores danificados da usina. Segundo a empresa, os reatores devem estar com as temperaturas totalmente controladas e seguras em entre seis e nove meses.

Ainda nesta segunda-feira, a Agência de Segurança Nuclear e Industrial informou que a água no porão do prédio do reator número 4 chegou a uma profundidade de 5 metros, após grandes quantidades de líquido serem lançadas para resfriar os equipamentos. Há neste local barras de combustível usadas em um tanque, o que gera preocupação entre as equipes que lidam com a crise. Segundo Nishiyama, a retirada da água dessa estrutura não é a prioridade no momento.

Foi a primeira vez que a agência divulgou a extensão do nível da água em qualquer dos prédios onde ficam os reatores. O nível da água nos reatores 1, 2 e 3 é desconhecido, disse Nishiyama. As informações são da Dow Jones.

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