O uso de celulares e tablets para realizar compras pela internet – ou simplesmente m-commerce – cresceu mais de 1.000% nos últimos três anos e tem acelerado o desenvolvimento do comércio digital brasileiro, que faturou 24% a mais no último ano, conforme dados do relatório WebShoppers 2015, da E-bit. O volume de negócios fechados por meio dessas plataformas subiu, entre 2012 e 2014, de 0,8% para 9,7% do total – somente no ano passado, o porcentual dobrou.
O fenômeno é explicado pela popularização dos telefones com acesso à internet e pelo preparo do varejo virtual para atender a esse público, por meio da criação de sites responsivos, que se moldam a diferentes tamanhos de tela, sem prejuízo de navegação.
Sócio-diretor da agência Magento, que desenvolve lojas online, Maurício Albiero diz que 40% dos novos clientes chegam à agência com a intenção de montar site com essa estrutura – operação que, segundo ele, varia de R$ 7 mil a R$ 25 mil, em média.
O mercado espera que a participação de plataformas móveis nas vendas siga crescendo e feche o ano em 16%, ainda inferior à de mercados como Estados Unidos e Europa, onde o índice varia entre 20% e 30%.
“O investimento não é barato, porque um site responsivo envolve mudanças tecnológicas, mas é inevitável. Quem não se adaptar, vai ficar para trás”, diz Maurício Salvador, presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.
Demonstra o potencial de crescimento desse ramo a baixa taxa de conversão da navegação em compras: de acordo com Salvador, quase 30% dos acessos às lojas virtuais se dão via celulares e tablets, mas apenas 10% das compras se concretizam nessas plataformas. “Isso indica que tem loja perdendo vendas.”
Público-alvo
Também há expectativa de que cresça a participação das classes C e D nessa modalidade. Hoje, esse público é responsável por 27% das compras em dispositivos móveis, taxa menor que os 44% registrados quando se consideram todas as plataformas, inclusive computadores. O barateamento da tecnologia deve aproximar os índices.
Nem todos os empreendimentos, porém, adequam-se a esse tipo de comércio. Albiero explica que negócios com público-alvo acima de 50 anos têm chances reduzidas de colher bons resultados, dada a menor adesão desse público à tecnologia.