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Papa Francisco era o destinatário  de carta que, segundo vaticanista, levaria até´a assinatura do relator-geral do sínodo | Tony Gentile/ Reuters
Papa Francisco era o destinatário de carta que, segundo vaticanista, levaria até´a assinatura do relator-geral do sínodo| Foto: Tony Gentile/ Reuters

Os padres sinodais estão divididos em relação à readmissão ou não dos casais de segunda união à comunhão eucarística. A confirmação aconteceu nesta segunda-feira (12), durante coletiva de imprensa realizada no Vaticano.

“Em uma coisa a assembleia é unânime sobre os dois extremos: não fazer nada ou mudar tudo não é a solução”, disse padre Bernd Hagenkord, assessor de língua alemã do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.

Os participantes da assembleia de bispos levantaram a questão durante a congregação geral do sábado (10) e nos círculos menores – retomados nesta segunda-feira para refletir a segunda parte do instrumentum laboris, o documento de trabalho do sínodo.

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O instrumentum laboris esteve no centro de uma polêmica revelada pelo vaticanista Sandro Magister, do jornal italiano l’Espresso. Ele divulgou, nesta segunda-feira, o que seria uma carta assinada por 13 cardeais participantes do sínodo, endereçada ao papa Francisco, com críticas ao documento de trabalho do encontro (instrumentum laboris) e à nova metodologia aplicada durante a assembleia, além da revelação da existência de um grupo de padres sinodais “que querem manipular o sínodo com decisões pré-determinadas”.

Ao ser questionado sobre a veracidade do documento, o porta-voz da Santa Sé disse que já abordou quatro dos cardeais citados e “eles disseram que não assinaram nada”. São eles os italianos Angelo Scola e Mauro Piacenza, o francês André Vingt-Trois e o húngaro Péter Erdő, relator-geral do sínodo. Os outros nove padres sinodais que aparecem na lista são os cardeais Carlo Caffara (Italia), Thomas Collins (Canadá), Timothy Dolan (Estados Unidos), Willem J. Eijk (Holanda), Gerhad Muller (alemão prefeito da Congregação para a doutrina da fé), Wilfrid Fox Napier (sul-africano presidente delegado do sínodo), George Pell (australiano prefeito da Secretaria de Economia do Vaticano), Robert Sarah (guineense prefeito da Congregação para o Culto Divino) e Jorge Urosa Savino (Venezuela).

No dia 6 de outubro, em discurso surpresa, Papa Francisco pediu que os participantes da assembleia evitassem “teorias da conspiração” relacionadas ao sínodo e tivessem “discernimento espiritual para compreender o que Deus quer realmente para a Igreja”.

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Outros temas debatidos

Os bispos de língua espanhola e portuguesa disseram que é impossível separar a doutrina da pastoral. Eles falaram sobre a tendência de se fazer uma “pastoral permissiva”, cuja propagação, segundo eles, pode ser atribuída “à falta de formação da consciência”. Os prelados também sugeriram que seja feita uma catequese de preparação ao matrimônio, semelhante à que é aplicada antes da primeira comunhão e do crisma.

Os padres sinodais de outras línguas avaliaram que, após a reforma realizada pelo Papa que promove mais rapidez, praticidade e a gratuidade na execução dos processos de nulidade matrimonial, prevista para entrar em vigor em 8 de dezembro deste ano, deve-se analisar minuciosamente cada caso, antes de se chegar a um veredicto sobre a existência ou não do matrimônio avaliado.

Padre Lombardi também falou sobre a entrega do relatório final da assembleia, prevista para o dia 24 de outubro.

“O texto será entregue ao papa e caberá a ele decidir o que fazer”, explicou.

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