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As condenações internacionais se sucederam neste sábado (26) um dia após o massacre cometido, segundo a oposição, pelo regime sírio em Houla, onde observadores da ONU contaram 92 mortos, dos quais mais de 32 crianças, razão pela qual seu chefe denunciou uma "tragédia brutal".

O massacre cometido é uma violação "espantosa e terrível" do direito internacional, consideraram neste sábado o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e o emissário internacional Kofi Annan.

Ban e Annan "condenam nos termos mais firmes a morte, confirmada pelos observadores da ONU, de dezenas de homens, mulheres e crianças" em Houla, indicou Martin Nesirky, porta-voz do secretário-geral.

França, Grã-Bretanha e Berlim também denunciaram este massacre, sem responder ao chamado lançado pelo Exército Sírio Livre (ESL), composto em sua maioria por desertores, para realizar rápidos "ataques aéreos" contra as forças do presidente Bashar al-Assad.

O Exército Sírio Livre adiantou neste sábado que poderá romper qualquer compromisso com o plano do emissário internacional Kofi Annan se as Nações Unidas não fornecerem imediatamente uma solução para frear a violência do regime sírio.

"Anunciamos que, a menos que o Conselho de Segurança da ONU adote decisões de urgência para proteger os civis, o plano de Annan irá para o inferno", afirmou o ESL em um comunicado.

Este grupo armado havia se comprometido a respeitar o cessar-fogo proposto por Annan, trégua que tecnicamente entrou em vigor no dia 12 de abril, mas que é violada constantemente desde então.

A agência oficial síria Sana acusou, por sua vez, "grupos terroristas armados" de terem "incendiado e provocado a explosão na sexta-feira à noite de casas em Taldo para fazer crer que as forças armadas sírias bombardearam a região".

"Estes grupos também incendiaram o hospital público da cidade e atacaram as forças de ordem e os cultivos dos agricultores", indicou a Sana.

O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, exigiu neste sábado "uma resposta internacional contundente" pelo massacre e anunciou sua intenção de pedir uma reunião de emergência ao Conselho de Segurança das Nações Unidas nos "próximos dias".

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, mostrou-se "horrorizado e comovido", enquanto a França condenou os "massacres" e as "atrocidades" feitas contra o povo sírio.

"Faço contatos imediatamente para reunir em Paris o Grupo de países amigos do povo sírio", anunciou o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.

O chefe dos observadores da ONU na Síria, o general Robert Mood, condenou neste sábado a "tragédia brutal" em Houla, que deixou, segundo seus colaboradores locais, um saldo de 92 mortos, entre eles 32 crianças com menos de 10 anos.

Mood "condena nos termos mais enérgicos a tragédia brutal", e acrescentou que "os observadores confirmaram o uso de artilharia a partir de veículos blindados".

Os observadores da ONU se dirigiram na manhã deste sábado a Houla, situada 25 km a noroeste de Homs.

Na Síria, os atos de violência prosseguiram neste sábado, com um saldo de 18 mortos, entre eles cinco soldados, segundo o OSDH, que registrou bombardeios com armas pesadas na cidade rebelde de Homs (centro), assim como diversas manifestações, nas quais a matança de Houla é denunciada.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), mais de 12.600 pessoas morreram na Síria desde o início da revolta, há 14 meses, contra o regime, a maioria delas civis vítimas dos disparos das forças governamentais.

A Síria vive há mais de 14 meses uma revolta popular contra o governo de Assad que foi se militarizando diante da sangrenta repressão.

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