
Um professor de história teve sua aula interrompida na Universidade de Yale, uma das mais prestigiadas dos Estados Unidos, por manifestantes que protestavam contra sua postura crítica ao comunismo e exigiam que ele chamasse a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza de “genocídio”. O caso ocorreu na quinta-feira (29).
Segundo informações do jornal Yale Daily News, o historiador Timothy Snyder, conhecido pelos livros “Sobre a tirania: Vinte lições do século XX para o presente” e “Terras de sangue: A Europa entre Hitler e Stálin”, estava dando uma aula justamente sobre os dois ditadores quando cerca de dez manifestantes ligados a uma organização chamada Partido Comunista Revolucionário invadiram a sala de aula segurando cartazes, gritando e fazendo imagens.
“Ele está fazendo lavagem cerebral em vocês com mentiras e calúnias sobre o comunismo”, disse Raymond Lotta, o líder do grupo.
Os cartazes traziam mensagens como “Onde está a indignação moral de Snyder com o genocídio apoiado pelos Estados Unidos em Gaza?” e “Hitler matou 6 milhões de judeus e Stálin salvou 1,6 milhão de judeus” – ignorando a invasão conjunta da Alemanha nazista e da União Soviética à Polônia em setembro de 1939 e a perseguição do ditador soviético aos judeus no pós-guerra.
Snyder tirou o celular de um dos manifestantes, dizendo que não tinha autorização para filmá-lo, e os alunos foram para outra sala, onde a aula continuou. Os seguranças de Yale escoltaram os invasores para fora do prédio.
Um porta-voz da universidade disse ao Yale Daily News que “a situação ainda está sendo investigada e analisada”. “A universidade leva a sério a interrupção das atividades do campus e a segurança dos alunos e segue estas diretrizes no que diz respeito à liberdade de expressão e reunião pacífica”, afirmou.
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