Oliver North, o tenente-coronel da reserva dos Marines condenado no caso Irã-Contras nos anos 80, foi anunciado como novo presidente da National Rifle Association (NRA), a entidade americana que faz lobby a favor da posse de armas.
“É a mais emocionante notícia para os nossos integrantes desde que Charlton Heston tornou-se presidente da entidade”, disse o vice-presidente executivo e CEO da entidade, Wayne La Pierre. Ele fez referência ao ator e ativista pelas armas, que disse que suas armas somente poderiam ser retiradas de suas “mãos frias e mortas”.
“Oliver North é um guerreiro lendário da liberdade americana, um talentoso comunicador e um líder habilidoso. Nestes tempos, creio que não havia ninguém melhor para o cargo.”
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North foi integrante do staff do Conselho Nacional de Segurança do presidente Ronald Reagan e foi investigado pela venda ilegal de armas para o Irã em troca da libertação de reféns americanos no Líbano.
O militar foi condenado por várias acusações. As condenações foram posteriormente revertidas por meio de uma apelação. Todas as acusações foram indeferidas em 1991.
O anúncio da indicação de North para o cargo coincide com a forte pressão sobre a indústria americana de armas e as reivindicações sobre a adoção de medidas para controlar o acesso a elas, decorrente do massacre de Parkland, na Flórida, onde 17 pessoas foram mortas em fevereiro.
O NRA tem sido criticada nos últimos meses por opor-se ao que os críticos chamam de restrições razoáveis à posse de armas, como elevar a idade mínima de compra para 21 anos e proibir armas similares às usadas em Parkland.
Como reação à pressão pública, instituições financeiras, tem imposto restrições à indústria de armas, implementando restrições a vendedores e fabricantes e criando produtos financeiros que, especificamente, excluem esses negócios.