Washington (AFP) – A justiça norte-americana condenou ontem à prisão perpétua um professor de estudos islâmicos, acusado de tentar recrutar agentes para o Taleban, partido radical que governava o Afeganistão com mão de ferro até a intervenção dos EUA, no fim de 2001. Durante uma audiência de uma hora no tribunal federal de Alexandria, perto de Washington, Ali Al-Timimi, de cerca de 40 anos, reafirmou pela última vez a inocência, pouco antes de ouvir o veredicto.

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Al-Timimi foi acusado em abril de dez delitos, notadamente por ter encorajado pessoas a participar da guerra contra os Estados Unidos, de ter tentado ajudar os talebans, de ter incentivado outros a fazerem o mesmo e de ter aconselhado terceiros a utilizarem armas e explosivos.

"Aqueles que ajudam nossos inimigos no exterior devem tirar uma lição da condenação terrorista", disse o ministro norte-americano da Justiça, Alberto Gonzales.

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Al-Timimi, ex-professor do Centro muçulmano Dar Al Arqam, perto de Washington, residia próximo da capital dos EUA. Ele foi acusado de ter encorajado pelo menos cinco homens a se unirem aos partidários do antigo regime afegão, imediatamente depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 e a "lançar a guerra contra os Estados Unidos".

A audiência de quarta-feira foi presidida pela juíza Leonie Brinkema, a mesma do processo contra o francês Zacarias Moussaoui, acusado de cumplicidade nos atentados de 11 de setembro de 2001.

A acusação bateu forte no argumento de que Al-Timimi, de origem iraquiana mas nascido e criado nos Estados Unidos, exercia uma enorme influência sobre um grupo de jovens muçulmanos na região de Washington.