O cunhado de Felipe 6°, rei da Espanha, Iñaki Urdangarin, se entregou hoje em uma cadeia em Brieva (região central do país) para começar a cumprir uma pena de prisão de cinco anos e 10 meses Ele foi condenado por desvio de recursos públicos, prevaricação, malversação, tráfico de influência, fraude à administração e delitos fiscais.
Urdangarin é o primeiro parente do rei a cumprir uma condenação. Sua esposa, a infanta Cristina, sexta na linha de sucessão ao trono espanhol e irmã do rei, chegou a ser indiciada, mas acabou absolvida.
Ele chegou a ser uma figura popular na Espanha. Ele foi estrela da seleção espanhola de handebol, que conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 2000. Ele também jogava pelo Barcelona. Após se aposentar da carreira esportiva, há 18 anos, passou a dedicar-se aos negócios. Em 2002, abriu uma consultoria em parceria com um professor universitário.
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Os primeiros indícios de irregularidades, segundo o jornal El País, apareceram em 2010, quando a Justiça espanhola encontrou ligações da consultoria com um caso de corrupção nas Ilhas Baleares, um popular destino turístico espanhol. Quando as investigações se aprofundaram, detectou-se que os problemas eram anteriores. Tinham começado em 2003 e se estendiam a outras cidades espanholas: Madri e Valência.
O ex-jogador de handebol usou sua influência, principalmente por ser casado com a infanta, para ampliar seus negócios. Usava empresas de fachada, em nome da sua esposa, para não pagar impostos.
Exclusão da família real
Tanto ele, quanto sua esposa, a infanta Cristina, foram excluídos das atividades da família real no final de 2011, dias antes que ele fosse acusado. Posteriormente, após a abdicação do rei Juan Carlos, eles deixaram de fazer parte da família real. Eles também perderam os títulos de nobreza que tinham.
A casa real espanhola não se manifestou sobre o assunto. Os reis da Espanha se encontram em viagem oficial aos Estados Unidos. Amanhã, o rei Felipe e a rainha Letizia devem se encontrar com o presidente americano Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump.
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Segundo o jornal La Vanguardia, a casa real sempre reagiu manifestando o seu respeito à independência da Justiça. Uma exceção ocorreu em abril de 2013, quando o então rei Juan Carlos manifestou sua surpresa pela mudança da Justiça em processar a infanta Cristina. Na mesma ocasião, ele manifestou sua “absoluta conformidade” com a decisão do Ministério Público espanhol em apelar a esta medida.
Outro jornal espanhol, o ABC, informou que Urdangarin, poderá ser colocado no regime aberto em dois anos, desde que apresente boa conduta.