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COP-19

Conferência da ONU consegue aprovar verba para controlar o desmatamento

Manifestantes usam máscaras dos principais líderes mundiais para ironizar a falta de acordo durante a COP-19 | Kacper Pempel/Reuters
Manifestantes usam máscaras dos principais líderes mundiais para ironizar a falta de acordo durante a COP-19 (Foto: Kacper Pempel/Reuters)

Apesar do impasse dos principais temas que deveriam ser resolvidos na 19.ª Conferência do Clima (COP-19), em Varsóvia, houve avanço significativo em um assunto que toca especialmente o Brasil. Após três anos na agenda, as nações aprovaram o estabelecimento de regras para o funcionamento do Redd + (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal).

Na prática isso define regras internacionais, sob a Convenção do Clima da ONU, para que países ricos possam financiar ações em países em desenvolvimento – com cobertura florestal – que resultem em redução do desmatamento e, por consequência, da emissão de gases de efeito estufa provenientes da perda de vegetação. A existência do mecanismo vinha da Conferência de Cancún, de 2010, mas até agora não estava claro seu funcionamento dentro da convenção.

As iniciativas existentes são todas fragmentadas. O que foi aprovado agora é uma espécie de arquitetura para regulamentar esse processo. A decisão era um dos principais objetivos do Brasil para a COP de Varsóvia. O Redd+ estabelece o chamado "pagamento por resultados" – de quanto foi reduzido em comparação com uma base de referência estabelecida pelo país.

Segundo o acordo de ontem, esses dados terão de ser reportados a cada dois anos e submetidos a uma verificação pela convenção. A partir desse reconhecimento, uma nação interessada faria o pagamento.

O acordo em Varsóvia prevê também que a maior parte desse recurso poderá ser canalizada pelo Fundo Climático Verde (GCF, em inglês), criado em Cancún para administrar a ajuda financeira dos países ricos às nações em desenvolvimento para que estas consigam também reduzir suas emissões.

O combinado é que ele terá de receber, a partir de 2020, US$ 100 bilhões por ano, a ser usado em ações contra as mudanças climáticas. Ainda não há, no entanto, um caminho estabelecido para se chegar a isso. O próprio GCF também ainda não saiu do papel e só deve começar a capitalizar dinheiro no ano que vem.

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