Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e ministro de relações exteriores Laurent Fabius participam da terceira reunião da conferência dos Amigos da Síria, em Paris| Foto: REUTERS/Jacky Naegelen
Presidente francês François discursa durante conferência em Paris
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A conferência de Paris sobre a Síria exortou nesta sexta-feira o Conselho de Segurança da ONU a adotar urgentemente uma resolução vinculante, que retome o plano do emissário internacional Kofi Annan e o acordo conquistado na semana passada em Genebra sobre uma transição política.

Em suas conclusões, a conferência de Amigos do Povo Sírio, que reuniu uma centena de países na capital francesa, afirma que o presidente sírio Bashar al-Assad deve abandonar o poder. Os participantes também decidiram "aumentar massivamente a ajuda à oposição" síria.

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A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, cobrou nesta sexta-feira uma maior pressão das potências mundiais sobre Rússia e China para mostrar que eles terão um preço a pagar por impedirem um maior progresso rumo à transição democrática na Síria.

"Francamente não basta vir ao encontro dos Amigos do Povo Sírio porque vou dizer muito francamente, não acho que Rússia e China achem que estão pagando algum preço, nenhum, por estarem do lado de Assad", disse Hillary num encontro de países que buscam acelerar a saída do presidente sírio, Bashar al Assad.

"A única forma disso mudar é se toda nação representada aqui deixar claro, de forma direta e urgente, que Rússia e China vão pagar um preço porque estão impedindo o progresso, bloqueando, e isso não é mais tolerável", acrescentou.

Rússia e China vetaram resoluções no Conselho de Segurança da ONU que aumentariam a pressão sobre Assad, que luta há 16 meses para reprimir uma rebelião contra o regime de 42 anos de sua família.

Hillary repetiu que os EUA desejam uma resolução da ONU sob o Capítulo 7 da Carta das Nações Unidas, que permite ao Conselho de Segurança autorizar ações que vão da diplomacia a sanções econômicas e intervenção militar.

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Assad diz que resistirá até o fim

O presidente da Síria, Bashar al-Assad, advertiu que não cederá diante da pressão e dos embargos internacionais e que está disposto a resistir até o final, segundo uma entrevista publicada nesta sexta-feira pelo diário turco "Cumhuriyet".

"Resistiremos até o final, todo o mundo verá. Não vamos nos render por um par de dólares. Deixem que imponham tantos embargos quanto quiserem, nunca conseguirão nada. Os cidadãos na rua sabem disso", indicou Assad em relação à pressão e às sanções internacionais para que ponha fim à repressão contra a população.

Em uma nova entrevista ao diário turco, o líder da Síria advertiu o Ocidente de que seu país "nunca venderá sua honra, sua soberania nacional e sua personalidade por um pedaço de pão".

Com relação à possível criação de um Estado curdo independente na região, o líder sírio destacou que não prevê esse cenário, mas que, caso aconteça, abriria as portas a novos países construídos em função de diferenças étnicas e sectárias.

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Nesse sentido, Assad negou que esteja prestando socorro ao ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que enfrenta o Estado turco em busca da autonomia dos curdos do país, mas reconheceu que os problemas de segurança na Síria permitiram à guerrilha movimentar-se com mais liberdade.