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O presidente da França, Emmanuel Macron, durante uma conferência em Paris para ajuda ao Líbano nesta quinta-feira (24)
O presidente da França, Emmanuel Macron, durante uma conferência em Paris para ajuda ao Líbano nesta quinta-feira (24)| Foto: EFE/EPA/ALAIN JOCARD/POOL MAXPPP OUT

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse nesta quinta-feira (24) que Israel “semeia a barbárie” no Líbano, onde as forças israelenses realizam uma ofensiva contra o grupo terrorista Hezbollah.

Segundo informações do jornal The Times of Israel, Macron fez a declaração durante uma conferência em Paris sobre ajuda ao Líbano. O presidente francês prometeu um pacote de 100 milhões de euros (R$ 616 milhões) para os libaneses.

“No curto prazo, a população libanesa precisa de grande ajuda, tanto para as centenas de milhares de pessoas deslocadas pela guerra quanto para as comunidades que as recebem”, disse Macron no discurso de abertura da conferência.

O presidente da França criticou a ofensiva de Israel “no sul, em Beirute, em outros lugares, e o número de vítimas civis continua a aumentar”.

Apesar de ter pedido ao Hezbollah para “parar com suas provocações” e “ataques indiscriminados” contra Israel, Macron acusou os israelenses em seguida.

“Não tenho certeza se você pode defender uma civilização semeando a barbárie você mesmo”, disparou. Israel ainda não se pronunciou sobre os comentários do presidente francês.

Macron e o governo israelense vêm protagonizando um bate-boca público nas últimas semanas.

No começo de outubro, após o início da ofensiva israelense no sul do Líbano, o presidente francês propôs um embargo de armas da comunidade internacional contra Israel. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, respondeu que seu país vencerá a guerra no Oriente Médio “com ou sem o apoio” da França.

Depois, o Ministério das Relações Exteriores da França convocou o embaixador israelense em Paris após ataques sofridos pela Unifil, a missão de paz da ONU no sul do Líbano.

Israel alega que o Hezbollah tem usado as estruturas e as forças da Unifil como escudos e pediu para que as tropas da ONU se retirem do sul do Líbano.

Na semana passada, a troca de farpas ganhou mais temperatura. Macron disse no Conselho de Ministros da França que “Netanyahu não deve esquecer que seu país foi criado por uma decisão da ONU”, referindo-se à votação da Assembleia Geral das Nações Unidas em novembro de 1947 que criou um Estado judeu e um árabe na Palestina.

“E, portanto, este não é o momento de romper com as decisões da ONU”, disse o presidente da França.

A fala do presidente francês foi uma referência a decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que em junho aprovou uma resolução para um plano de trégua em Gaza e em 2006 determinou que apenas as tropas da ONU e libanesas podem atuar no sul do Líbano.

Netanyahu rebateu Macron, afirmando que a independência do país foi conquistada na guerra árabe-israelense de 1948-49, e alfinetou o presidente francês, lembrando da colaboração da França com o Holocausto por meio do regime de Vichy.

Depois, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, chamou de “vergonha” o veto da França à participação de empresas israelenses numa feira da indústria de defesa naval que será realizada no mês que vem no país europeu.

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