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Policiais paraguaios dispersam um grupo de pessoas que marchou durante protesto, em Assunção | Diario ABC Color / Reuters
Policiais paraguaios dispersam um grupo de pessoas que marchou durante protesto, em Assunção| Foto: Diario ABC Color / Reuters

No total, 53 sem-terra e cinco policiais paraguaios ficaram feridos na manhã desta quarta-feira (5), após agentes antimotim darem tiros com balas de borracha e baterem nos manifestantes com cassetetes. Os sem-terra tentavam invadir um edifício público para pressionar pela renúncia do procurador-geral do Estado.

Os manifestantes, oriundos dos conflituosos departamentos (Estados) de San Pedro e Concepción, no norte paraguaio, marcharam bem cedo até a promotoria após passarem a noite acampados na praça Itália. Eles se enfrentaram com os policiais no centro de Assunção.

"Aparentemente, um agitador campesino iniciou o enfrentamento com os policiais. Vamos investigar os fatos", limitou-se a dizer o ministro do Interior, Rafael Filizzola.

O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, disse que o governo "garante a livre manifestação de todas as pessoas, mas aplicaremos a lei em quem quiser desestabilizar a paz e a tranqüilidade, sejam ou não camponeses". Lugo voltou de uma viagem aos Estados Unidos, México e América Central.

A ação policial começou quando o líder radical Silvio Sanabria teria dito, em guarani, aos companheiros: "Avancem, apertem os policiais, ou têm medo? Vamos, devem encurralá-los como sapos." Imediatamente um grupo de sem-terra cercou o comissário Viviano Machado, chefe da área metropolitana, gerando a intervenção policial e dispersando os manifestantes. Ante a resistência campesina, os policiais lançaram gases lacrimogêneos.

Luis Aguayo, um dos dirigentes da coalizão de esquerda Frente Social e Popular, disse que "Sanabria não foi um instigador", mas somente estava se dirigindo à população "com seu modo muito peculiar de falar". "Temos vários feridos por causa dos golpes e marcas de bala", acusou.

Outro líder dos campesinos, Belarmino Balbuena, disse que os manifestantes seguiriam até o Palácio de Justiça, para exigir a renúncia dos nove ministros da Corte Suprema de Justiça. Para ele, esses magistrados "pertencem ao passado".

Na sexta-feira, outro dirigente da Frente Social e Popular, Florencio Martínez, afirmou que os sem-terra querem a expulsão dos colonos brasileiros do Paraguai. Martínez disse ainda que, se necessário, eles iriam "dissolver o Congresso". Pouco depois, o dirigente foi preso por apologia ao crime. As informações são da Associated Press.

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