Nuvem de fumaça surgiu durante ofensiva israelense em Gaza na manhã de ontem| Foto: Suhaib Salem/Reuters

A ofensiva israelense em Gaza entrou ontem em sua terceira semana, no momento em que os contatos diplomáticos se intensificam no Cairo em vista de um cessar-fogo, defendido pelo Conselho de Segurança da ONU.

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Israel, que decidiu não levar em conta uma resolução do Conselho de Segurança pedindo um cessar-fogo imediato, realizou ontem novos ataques no território controlado pelo movimento islamita Hamas depois de uma série de ataques aéreos noturnos. O Hamas disse que não está envolvido na resolução da ONU.

Quatro novos foguetes atirados da Faixa de Gaza caíram ontem no sul de Israel, pois o exército israelense não conseguiu pôr fim aos disparos, principal objetivo declarado de sua ofensiva lançada em 27 de dezembro em Gaza. O Exército israelense afirmou ter atacado "mais de 40" alvos na noite em Gaza, principalmente locais de lançamento de foguetes e de túneis de contrabando na fronteira entre Gaza e o Egito.

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Pela manhã, sete palestinos foram mortos em ataques israelenses no setor de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, segundo fontes médicas palestinas.

No sul do território, um ataque israelense destruiu o muro de um hospital e explodiu várias vidraças, segundo testemunhas.

A ofensiva israelense custou a vida de 815 palestinos, dos quais 235 crianças e 93 mulheres e dezenas de outros civis, e deixou mais de 3.350 feridos desde que foi lançada, segundo o balanço mais recente divulgado pelo chefe dos serviços de urgência em Gaza, Mouawiya Hassanein.

Três civis e dez soldados israelenses foram mortos desde o início da operação "Chumbo grosso", segundo o exército.

A Agência da ONU para ajuda aos refugiados palestinos (Unrwa) anunciou a retomada total da distribuição da ajuda humanitária, parcialmente suspensa na quinta-feira, depois de ter recebido "garantias críveis de segurança para seu pessoal".

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Em Gaza, um milhão de pessoas estão sem energia elétrica, 750 mil estão sem água e os hospitais funcionam com geradores que podem parar a qualquer momento por falta de carburante, segundo a ONU.

Além da ONU, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha também reduziu temporariamente suas atividades na cidade de Gaza depois que um de seus veículos foi atingido por tiros.

Inaplicável

A decisão de continuar a guerra foi tomada sexta-feira pelo gabinete de segurança israelense, porque o primeiro-ministro Ehud Olmert considerou a resolução da ONU inaplicável.

O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, condenou esta decisão e pediu à comunidade internacional que exerça uma real pressão sobre Israel para obrigá-lo a aplicar a resolução da ONU.

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