Centenas de palestinos entraram em confronto ontem com forças de segurança israelenses em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. Os confrontos começaram no campo de refugiados de Shoafat, poucas horas depois do funeral de Ibrahim al-Akri, o palestino acusado de realizar um atentado na quarta-feira atropelando pessoas num ponto de ônibus.
Jovens atiraram pedras em policiais, queimaram pneus e latas de lixo, em meio à tensão que cerca o acesso a um dos pontos mais sagrados de Jerusalém. A polícia usou gás lacrimogêneo para tentar dispersar os manifestantes, enquanto uma nuvem de fumaça negra subia de Shoafat.
Os ânimos nunca se acalmaram por completo após os 50 dias de guerra entre Israel e o Hamas, em meados deste ano, mas agora a tensão se concentra no acesso ao Monte do Templo. Israel proíbe os judeus de rezarem no local, que abriga o Domo da Rocha e a Mesquita de al-Aqsa, além de ser o local de antigos templos judaicos. Mas judeus de extrema-direita fazem campanha para ter acesso ao local.
Na semana passada, Israel fechou todos os acessos ao complexo pela primeira vez em mais de uma década, após um palestino balear um ultranacionalista israelense. Desde então, houve dois casos em que motoristas palestinos atropelaram pedestres israelenses, matando quatro pessoas.
Além de Jerusalém Oriental, soldados israelenses dispararam ontem balas de borracha contra centenas de manifestantes. Muitos responderam com pedras e coquetéis molotov.
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50 dias foi o tempo que durou a operação Margem Protetora, realizada por Israel contra o Hamas, entre 8 de julho e 26 de agosto deste ano.