Vídeo| Foto: RPC TV

O conflito entre os grupos palestinos Hamas e Fatah entre as regiões da Faixa de Gaza e da Cisjordânia está afetando brasileiros que moram na região. Um caso exemplar é o da catarinense Samira Hamad Alyan, 41, que há 24 anos trocou Criciúma pelo bairro de Anata, em Jerusalém oriental (Cisjordânia).

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Segundo informações do "Diário Catarinense", na semana passada, Aylan, que é simpatizante do Hamas, teve sua casa invadida por militantes do grupo palestino Fatah, que seqüestraram seu filho Husam, de 22 anos. Um dia antes, ela tinha visto a casa vizinha à sua ser metralhada pelo grupo em busca de militantes do Hamas.

"Estão matando muita gente", contou Aylan ao jornal catarinense. Sua preocupação é ainda maior porque além de Husam, seu filho mais velho, Suhaib, seu filho de 20 anos, está preso há dois meses pelo Fatah. Ela disse que já pediu ajuda da Cruz Vermelha para ver os filhos, com quem tem conseguido conversar regularmente pelo telefone.

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"Eles dizem que estão bem, mas não sei se fazem isso para me deixar tranqüila", disse Aylan na entrevista. Segundo ela, 800 jovens presos usam o mesmo celular na cadeia para manter contato com os pais, sempre longe dos olhos da segurança.

Suhaib teve seu julgamento marcado para meados de julho, enquanto Husam já será julgado nesta semana e pode ser deportado para o Brasil, por ter cidadania brasileira. Mas não é isso que Aylan quer. Orientada por um advogado, ela escondeu o passaporte do filho para que ele não seja mandado embora. "Vou pedir para a embaixada brasileira não aceitá-lo. Se tirarem meu filho daqui, ele não voltará mais" contou.

Medo

O relato de Aylan é de que a prisão de Husam é assutadora. Ele foi tirado de casa por militantes que chegaram em mais de dez carros, enquanto todos dormiam, de madrugada, quebraram a porta, colocaram todas as crianças (ela tem oito filhos) numa sala para não verem o irmão ser levado. "Amarram ele pelas mãos e vendaram os olhos com um pano preto", contou.

Além de Husam, que faria sua última prova para concluir a faculdade no dia em que foi preso, três outros jovens da mesma rua foram levados pelo Fatah.

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"Está difícil de sobreviver", diz Aylan.

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