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Concerto de "fogos de artifício" em Spartak
Sem eletricidade para ver televisão, os moradores do povoado ucraniano de Spartak olham para o céu, onde todas as noites assistem ao que chamam de um concerto de "fogos de artifício", que são, na verdade, labaredas, munição traçadora e bombas que atingem regularmente o povoado, a apenas cinco quilômetros do aeroporto no reduto rebelde de Donetsk.
Muitos já fugiram, deixando para trás uma mistura de idosos e orgulhosos, os que relutam em deixar uma aldeia que temem que será saqueada, independentemente do lado que vença.
Várias bombas perdidas atingiram casas ou aterrissaram em jardins em Spartak, ferindo pelo menos duas pessoas.
Outras duas foram mortas no início de tiroteios ao redor do povoado na periferia de Donetsk, cerca de 15 quilômetros ao norte do centro da cidade.
Donetsk é uma das cidades mais importantes do leste ucraniano e está entre as que mais sofrem no conflito de Kiev com os rebeldes separatistas.
Sasha é um motorista de táxi de 36 anos em Spartak. Ele levou sua esposa e dois filhos para Berdyansk, uma cidade em poder do governo no Mar de Azov, no sul da Ucrânia, onde alugou um pequeno apartamento.
Combates intensos no leste da Ucrânia, onde um avião da Malásia foi derrubado, complicaram ontem ainda mais a investigação do acidente, enquanto a Europa e os Estados Unidos prepararam sanções econômicas contra a Rússia por causa do conflito.
Pelo menos 13 pessoas foram mortas em confrontos entre tropas ucranianas e rebeldes pró-Rússia, que se alastraram em cinco áreas da região.
Monitores internacionais disseram ter abandonado os planos de visitar o local do acidente por temer que acesso ao local não seja seguro, apesar de a Malásia ter afirmado mais cedo que os rebeldes concordaram em dar acesso à área.
O governo da Ucrânia disse que está tentando desalojar os rebeldes, mas negou estar combatendo perto do local em que o avião caiu. O país acrescentou que os separatistas puseram os monitores para fora com a falsa justificativa de que o exército estava operando nas proximidades.
A Rússia rejeitou alegações dos EUA de que estava prestes a entregar mais mísseis aos separatistas. Líderes ocidentais dizem estar quase certos de que os separatistas derrubaram o avião por engano com um míssil terra-ar fornecido pela Rússia.
Os separatistas negam qualquer envolvimento e Moscou afirma não ter fornecido equipamentos a eles, sugerindo que forças ucranianas são as culpadas. "Kiev está tentando destruir as provas de um crime cometido pelo seu Exército", disse o líder separatista Aleksander Borodai, referindo-se a uma ofensiva militar a certa distância do local, ocorrida ontem.
EUA
Em um momento em que países europeus tentam minimizar o impacto de eventuais sanções futuras contra a Rússia em suas próprias economias, o Departamento de Estado dos EUA procurou reforçar o apoio a medidas liberando imagens que mostram forças russas disparando através da fronteira em militares ucranianos na semana passada.
As imagens mostram marcas no chão que indicam locais de lançamento e crateras de impacto perto de bases militares ucranianas. O fogo teria sido disparado de lançadores múltiplos de foguetes. O Departamento de Estado também afirmou que as imagens oferecem evidências de que separatistas dentro da Ucrânia dispararam sobre as forças ucranianas usando artilharia pesada fornecida pela Rússia.
Pelo menos 13 pessoas morreram em confrontos entre tropas ucranianas e rebeldes pró-Rússia, que se alastraram em cinco áreas da região.
EUA divulgam imagens de ofensiva russa
Os Estados Unidos publicaram ontem imagens de satélite que supostamente demonstram que a Rússia bombardeou posições do Exército ucraniano desde seu território, o que significaria uma escalada no conflito.
O documento de quatro páginas, divulgado pelo Departamento de Estado, contém fotografias nas quais supostamente se mostra "artilharia que só pode encontrar-se em unidades militares russas no lado russo da fronteira e orientada a unidades militares ucranianas dentro da Ucrânia". No lado ucraniano, podem se ver as crateras causadas pelos bombardeios de foguetes.
As imagens, selecionadas pelo Escritório do Diretor Nacional de Inteligência americana, foram feitas nos dias 21 e 26 de julho.
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