Ao menos cem moradores do interior da Nigéria foram mortos em ataques ligados a disputas étnicas na noite de sexta-feira.
Segundo as autoridades do país, os assassinos estavam fortemente armados e invadiram três aldeias no distrito de Kaura, no Estado de Kaduna, região central do país, pouco antes da meia-noite.
Eles ainda queimaram as casas, os estoques de comida e os corpos dos mortos, dificultando a sua identificação.
Não se sabe exatamente quem eram os assassinos, mas os moradores acusam os membros de um grupo de seminômades chamado fulani.
Os fulani e os camponeses da região central da Nigéria estão em conflito há anos.
A Human Rights Watch estima que os conflitos na área já deixaram 3.000 mortos desde 2010. Segundo a organização, o governo do país tem ignorado a matança.
Religião
Entre as causas do conflito, há tanto disputa por terra como intolerância religiosa -os fulani são muçulmanos, enquanto os grupos atacados são cristãos.
Os ataques de sexta-feira aconteceram poucos dias após 69 pessoas terem sido mortas no Estado de Katsina, em um episódio parecido: homens armados invadiram aldeias montados em motos. Esse ataque também foi atribuído aos fulani.
Os casos, porém, não estão ligados ao Boko Haram, um grupo ligado à Al Qaeda que quer impor a sharia (lei islâmica) no norte da Nigéria.
A Nigéria tem 170 milhões de habitantes, quase que divididos meio a meio entre cristãos e muçulmanos.
A região central, a mais conflituosa, fica distante dos centros econômicos e dos poços de petróleo, que fazem do país a segunda maior economia africana.
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