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Forças leais ao governo do Iêmen entraram em confronto nas ruas contra guardas de uma poderosa federação tribal cujo líder decidiu apoiar os manifestantes que exigem a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, disseram testemunhas nesta terça-feira.

A oposição alertou que os ataques feitos pelas forças leais ao governo, que segundo moradores tinham como alvo a mansão do líder tribal Sadiq al-Ahmar, podiam criar uma guerra civil.

Pelo menos nove pessoas morreram nos confrontos, que diminuíram as possibilidades de uma solução negociada para a disputa de poder que já dura quatro meses e foi inspirada nas revoltas que derrubaram os líderes do Egito e Tunísia.

"Os confrontos foram violentos. O som de metralhadoras e de morteiros podia ser ouvido em toda parte. Eu vi fumaça saindo da entrada do Ministério do Interior", disse uma testemunha.

Nove pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas "por conta da agressão iniciada por Ahmars e a sua gangue", disse uma autoridade no site do Ministério da Defesa, sem dar mais detalhes.

Os conflitos aconteceram depois do fracasso de um acordo de transição mediado pelos vizinhos do Golfo que Saleh deveria ter assinado no domingo e que lhe daria imunidade para deixar o poder.

O tiroteio, em ruas com sacos de areia próximas da fortificada mansão que é propriedade do rico e politicamente poderoso clã Ahmar, colocou as forças do governo contra guardas de Sadiq al-Ahmar, chefe do grupo tribal que até Saleh elogia.

"O ataque contra a casa (de Ahmar)... é um sintoma da histeria experimentada pelo presidente Saleh e a sua comitiva que insistem em levar o país para uma guerra civil", disse a coalizão de oposição em nota oficial.

Vários mediadores, incluindo um chefe da polícia, foram feridos no ataque contra a casa de Ahmar. Eles foram visitar o local para tentar colocar um fim à luta, disse o líder da oposição. A casa de Ahmar e as casas próximas de outro líder tribal do mesmo clã também foram atingidas pelos ataques.

Imagens gravadas, que segundo a rede de televisão Al Jazeera foram feitas de dentro da casa, mostram guardas ensanguentados e confusos carregando os colegas feridos por halls ornados e passando por nuvens de poeira. Forças leais à Saleh e o Exército usaram morteiros e lança-granadas nos ataques, disseram testemunhas à Reuters.

Quatro líderes tribais foram mortos e seis outras pessoas ficaram feridas, de acordo com um líder de oposição. Confrontos na mesma área da capital na segunda-feira mataram sete pessoas.

O governo acusa os homens de Ahmar de "tentar um golpe de Estado" ao atacar o Ministério do Interior e vários outros prédios governamentais e da polícia, de acordo com reportagem da agência de notícias estatal Saba.

O Conselho de Cooperação do Golfo, bloco formado pelos ricos vizinhos do Iêmen que exportam petróleo, foi responsável por criar o acordo de transição de poder, que Saleh rejeitou por três vezes -- a última delas sob a alegação de que faltavam "condições adequadas".

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado Mark Toner disse que os EUA acreditam que o acordo mediado pelo Golfo ainda estava sobre a mesa.

"O presidente Saleh tem um acordo na frente dele. Ele precisa assiná-lo para colocar o Iêmen em um caminho positivo, para que a atual solução seja resolvida", disse Toner.

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