Até 50 mil pessoas fugiram da violência tribal em uma área remota na fronteira do Sudão do Sul, disse a Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira (2), no mais recente episódio de conflitos a atingir a nova nação africana.
O Sudão do Sul ganhou independência em julho do ano passado, sob um acordo de paz de 2005 com Cartum que pôs fim a décadas de guerra civil. Mas a nova nação está lutando para erguer instituições estatais e para acabar com o derramamento de sangue tribal e rebelde, que já matou milhares.
Na segunda-feira, cerca de 6.000 membros armados da tribo Lou Nuer atacaram a remota cidade de Pibor, no Estado de Jonglei, que faz fronteira com o Sudão, depois de dias de combates com a tribo rival Murle, disseram fontes da ONU.
Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU para o Sudão do Sul, disse que dezenas de milhares de civis fugiram de Pibor e de outras cidades vizinhas para escapar da violência.
"Estamos preocupados com as condições deles. Eles estão sem água, abrigo ou comida. Estão escondidos no mato. Acho que são entre 20 mil e 50 mil, mas essa é apenas uma estimativa", disse à Reuters. Ela não pôde informar sobre vítimas.
As Forças Armadas do Sudão do Sul estão enviando reforços para Pibor, disse o porta-voz do Exército, Philip Arguer. "Eles atacaram a cidade nesta manhã. Os civis foram retirados de Pibor há três dias", disse, sem entrar em detalhes.
Fontes da ONU disseram que cerca de 3 mil soldados e 800 policiais estavam a caminho de Pibor. O último episódio de violência, disseram, foi provocado por ataques ao gado.
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