Rebeldes curdos atacaram tropas da Turquia com morteiros e granadas propelidas por foguetes nesta terça-feira, no sudeste do país, iniciando confrontos que, segundo autoridades, mataram 18 rebeldes e oito soldados. O ataque dos insurgentes levou a uma forte condenação do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, cujo governo recentemente adotou esforços para conciliar a maioria turca com a minoria curda do país.

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O ataque aconteceu na área de Daglica, província de Hakkari, que fica na fronteira nordeste do Iraque, área predominantemente curda. Dezesseis militares turcos ficaram feridos no combate, de acordo com o governo local. A cúpula militar e ministros de gabinete dirigiram-se à região para avaliar a situação.

Um ataque similar ocorrido na mesma área em 2007, que deixou 12 militares turcos mortos, levou o exército da Turquia a realizar uma incursão no Iraque que durou oito dias, em fevereiro de 2008. O grupo rebelde, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), luta por autonomia no sudeste da Turquia. Dezenas de milhares morreram desde que o PKK iniciou o conflito armado em 1984.

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O confronto acontece em meio a esforços de reconciliação do governo turco com a minoria curda. Recentemente, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan anunciou planos de introduzir aulas de curdo nas escolas, após permitir a língua curda em transmissões de televisão e em cursos particulares. Cerca de 20% da população da Turquia, que é de 75 milhões, é curda.

A parlamentar turca curda Leila Zana, em entrevista ao diário Hürriyet, elogiou Erdogan como o chefe de Estado mais forte da história recente da Turquia, ao dizer que com vontade política, ele poderá resolver o problema político dos curdos. Zana, defensora dos direitos de curdos turcos que em 1995 recebeu o prêmio Sakharov dos direitos humanos, concedido pelo Parlamento Europeu, ficou presa entre 1994 e 2004, por supostas ligações com o PKK. O conflito entre o PKK e o governo turco já deixou 45 mil mortos.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.