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Violência

Confronto em desocupação de terra no Paraguai acaba em tragédia

Corpos de sem-terra mortos no confronto com policiais em um centro de saúde de Curuguaty | Norberto Duarte/AFP
Corpos de sem-terra mortos no confronto com policiais em um centro de saúde de Curuguaty (Foto: Norberto Duarte/AFP)
Corpo de policial paraguaio morto é carregado por colegas. Confronto entre sem-terra e polícia deixou 17 mortos |

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Corpo de policial paraguaio morto é carregado por colegas. Confronto entre sem-terra e polícia deixou 17 mortos

Militares paraguaios carregam os corpos |

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Militares paraguaios carregam os corpos

Feridos foram atendidos dentro de avião |

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Feridos foram atendidos dentro de avião

Imprensa e exército acompanham o atendimento aos feridos |

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Imprensa e exército acompanham o atendimento aos feridos

Corpos em fila enquanto aguardavam remoção |

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Corpos em fila enquanto aguardavam remoção

Muitas pessoas particaparam da operação |

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Muitas pessoas particaparam da operação

Militares também sofreram ferimentos nos confrontos |

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Militares também sofreram ferimentos nos confrontos

Jovem ferido observa a movimentação |

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Jovem ferido observa a movimentação

Feridos chegavam a todo momento no pronto socorro |

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Feridos chegavam a todo momento no pronto socorro

Cinegrafista capta momento de sofrimento |

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Cinegrafista capta momento de sofrimento

Saguão do Hospital ficou lotado |

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Saguão do Hospital ficou lotado

Polícia fortemente armados no confronto |

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Polícia fortemente armados no confronto

Policiais no momento da ação contra os sem-terra |

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Policiais no momento da ação contra os sem-terra

Vários policias foram atingidos |

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Vários policias foram atingidos

Além das viaturas, um helicóptero foi utilizado na operação |

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Além das viaturas, um helicóptero foi utilizado na operação

Rodovia paraguaia foi interditada durante a ação |

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Rodovia paraguaia foi interditada durante a ação

No pior incidente envolvendo disputas por terras no Paraguai nas últimas duas décadas, pelo menos seis policiais e dez camponeses sem-terra foram mortos ontem durante o cumprimento de uma ordem de desocupação na região de Curuguaty, no Paraguai, a cerca de 280 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. O confronto também deixou mais de 80 feridos. Parte precisou ser retirada da área com a ajuda de um helicóptero.

Ainda pela manhã, centenas de policiais cercaram a reserva natural de 2 mil hectares da fazenda do empresário Blas Riquelme à procura dos sem-terra, que atacaram a tiros os oficiais que se preparavam para iniciar a desocupação, por volta das 8 horas. Pouco antes do meio-dia, o presidente Fernando Lugo ordenou a intervenção das Forças Armadas. Ele garantiu que todos os órgãos de áreas estratégicas trabalharão para devolver a "calma e a segurança" ao país.

Durante o breve comunicado, Lugo também manifestou "seu apoio absoluto" às forças de ordem e apresentou suas condolências aos parentes das vítimas. O presidente convocou os ministros do Interior, da Defesa e o comandante das Forças Armadas para analisar a situação. Ao mesmo tempo, o Senado se reuniu em sessão extraordinária para debater a possível instauração de um estado de emergência na região.

Em entrevista à rádio 780­­­­ AM, um dos policiais que­­ participou do confronto dis­­se que a maioria dos tiros­­ acertou o pescoço e a cabeça dos oficiais mortos, entre eles o chefe de Ordem e Segurança do estado de Ca­­nindeyú, Miguel Anoni, e o comandante e o subcomandante do Grupo Especial de Operações (GEO), Erven Lovera e José Sánchez.

De acordo com o ministro do Interior, Carlos Filizzola, "houve disparos por parte deles [sem-terra] e a polícia teve que responder".

Massacre provoca queda de ministro e comandante da polícia

O confronto que resultou na morte de policiais e sem-terra provocou uma nova crise no governo para­­guaio. Diante da pressão do Senado e da Câmara de Deputados, o mi­­nistro do Interior, Carlos Filizzola, e o comandante da Polícia Nacional, Paulino Rojas, colocaram os cargos à disposição do presidente Fernando Lugo, que acabou acatando a decisão de ambos. Os novos nomes devem ser anunciados ainda hoje.

As destituições foram acordas durante reunião do presidente com o conselho dos ministros para discutir de que forma o governo deverá agir em relação aos ataques violentos e à ocupação de terras no estado de Canindeyú. Senadores, deputados e ministros da Corte Suprema de Justiça também se reuniram em sessões extraordinárias no início da noite para tratar do caso.

Ao anunciar sua saída, Filizzola disse que cabe ao presidente escolher aqueles que devem ocupar os cargos de ministro, os quais devem ser de sua inteira confiança. Afirmou ainda que continuará atuando como ativista político do oficialismo e apoiando as ações de Lugo. "Eu não renunciei. Coloquei a disposição meu cargo e o presidente da República aceitou, o mesmo aconteceu com o comandante da Polícia."Mais cedo, Filizzola havia afirmado que não tinha motivos para deixar o governo em meio à crise desencadeada pelo confronto.

87 mil famílias esperam receber terra do governo, segundo dados do movimento de sem-terra do Paraguai.

Confronto polícia x sem-terra

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