Mais de 60 mil pessoas morreram em decorrência do conflito na Síria, que já dura 22 meses. A estimativa foi feita nesta quarta-feira (2) pela comissária da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, com base num estudo "exaustivo" elaborado ao longo de cinco meses.
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), foram analisadas informações de cinco fontes diferentes, que resultaram numa soma de 59.648 mortes entre os dias 15 de março de 2011 e 30 de novembro de 2012. Todos os casos foram identificados com nome e sobrenome da vítima, data e endereço da morte.
Pelo menos três quartos das vítimas são homens.
"Dado que não houve trégua no conflito desde o fim de novembro, podemos concluir que mais de 60 mil foram mortos até este início de 2013", disse Pillay. "O número é maior do que esperávamos, e é mesmo chocante", completou. "O número real deve ser ainda maior, porque os relatórios com informações completas foram descartados, e um número significativo de mortes pode não ter sido documentado", ponderou.
O número é bem mais alto do que o anterior, de 45 mil, que foi estimado pela ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que fica no Reino Unido.
O relatório conclui também que o ritmo das mortes aumentou. No início, morriam por mês, em média, mil pessoas. Agora são 5.000.
Nesta quarta, as tropas leais a Assad bombardearam bairros da periferia da capital, Damasco, causando novas mortes. Entre os alvos estão um posto de combustíveis, que deu início a um incêndio, e uma padaria, na qual morreram 12 pessoas da mesma família, conforme testemunhas.