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Mais de 100 pessoas ficaram feridas em confrontos entre palestinos, judeus e policiais em Jerusalém Oriental, nesta quinta-feira (22), que já está sendo considerada uma das noites mais violentas registradas na cidade em muitos anos.
Segundo a imprensa local, os confrontos começaram em uma marcha de judeus extremistas perto do Portão de Damasco, na Cidade Velha. Cerca de 300 pessoas entoavam gritos de "morte aos árabes". Uma contramanifestação de palestinos também se concentrou no local, enquanto a polícia israelense tentava separar os dois grupos.
De acordo com relatos do jornal Times of Israel, os policiais usaram gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes do local, depois que pedras começaram a ser atiradas nos oficiais. Pelo menos 105 árabes ficaram feridos, dos quais 22 precisaram ser internados, segundo o Crescente Vermelho Palestino. Vinte policiais também ficaram feridos, dos quais três precisaram ser levados ao hospital.
As autoridades também informaram que ao menos 50 pessoas foram presas durante o tumulto.
Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver que um homem, judeu segundo relatos, foi atacado com chutes por várias pessoas em Jerusalém Oriental. A polícia informou que ele foi hospitalizado, mas não disse quais são as condições de saúde.
Em outro vídeo, judeus aparecem atacando uma casa de árabes na Cidade Velha. É possível ouvir uma criança chorando e uma mulher gritando, em árabe, "pare", enquanto jovens atiram objetos na casa.
Palestinos e judeus também incendiaram lixeiras em algumas ruas.
O protesto de extremistas judeus havia sido convocado pelo grupo supremacista Lehava, depois de várias noites de confrontos entre árabes e policiais israelenses em Jerusalém Oriental – uma região que há muito tempo é um ponto de tensão entre judeus e árabes. Israel considera Jerusalém sua capital, enquanto os palestinos reivindicam a Jerusalém Oriental como futura capital de um estado palestino.
Mas a tensão aumentou nos últimos dias, depois que palestinos ficaram insatisfeitos com barreiras que estavam impedindo-os de se reunirem nos degraus do lado de fora do Portão de Damasco para quebrar o jejum do Ramadã. Durante esta semana, vídeos de palestinos atacando judeus na região foram postados nas redes sociais, fazendo com que o Lehava convocasse uma marcha para, segundo eles, "restaurar a dignidade judaica".