Um bombardeio matou um funcionário da Cruz Vermelha dentro da zona de guerra do Sri Lanka na quarta-feira, informou a agência de ajuda humanitária, enquanto soldados e os Tigres Tâmeis travavam um combate cada vez mais intenso a fim de pôr fim à mais longa guerra moderna da Ásia.
O site pró-rebeldes www.TamilNet.com e um médico do governo na zona de guerra, cuja segurança pessoal depende dos Tigres, disseram que ao menos 38 pessoas morreram num ataque contra uma clínica médica improvisada.
Os militares classificaram a notícia como falsa.
A aparente inevitabilidade de um sangrento confronto final aumentou, em meio a protestos no Ocidente pelos ataques que mataram centenas de pessoas no fim de semana e que, segundo as agências humanitárias, tem tornado impossível ajudar as pessoas mantidas em poder dos Tigres.
Analistas e diplomatas disseram que o fim de uma eleição de um mês de duração na Índia na quarta-feira provavelmente indicaria um ataque total por parte do governo do Sri Lanka a fim de aniquilar os Tigres de Libertação do Tâmil Eelam (TLTE) e dar um fim convencional à guerra de 25 anos.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), impedido há dias de retirar os feridos e levar auxílio por barco em razão dos combates, disse que um membro de 31 anos de sua equipe local e a mãe dele foram mortos por uma granada.
O CICV é a única agência de ajuda humanitária estrangeira dentro da zona de guerra.
A porta-voz Sarasi Wijeratne não disse quem disparou a granada.
A guerra no Sri Lanka tornou-se uma delicada questão eleitoral para o Partido do Congresso -- atualmente no governo da Índia -- no estado indiano de Tamil Nadu, com 60 milhões de habitantes tâmeis, separado do Sri Lanka apenas pelo Estreito de Palk. Foi nesse estado que o TLTE se formou e ainda controla as bases.
"Acho que a guerra teve a intensidade reduzida a pedido dos políticos da Índia a fim de evitar algum constrangimento para o partido governista em Nova Délhi", disse o coronel R. Hariharan, ex-chefe de inteligência da missão de paz do Exército indiano no Sri Lanka entre 1987 e 1990.
Um diplomata em Colombo, falando sob a condição de anonimato, disse: "É isso. Depois da eleição, eles partirão com força total. Infelizmente, acredito que isso apenas tornará a reconciliação mais difícil."
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