São Paulo - Um novo balanço das autoridades egípcias elevou para 13 mortos e 140 feridos o saldo de vítimas dos confrontos entre muçulmanos e cristãos na noite de anteontem em Moqqatam, na capital, Cairo.
O balanço anterior indicava ao menos dez mortos e 110 feridos. Segundo o Ministério de Saúde, as vítimas foram contabilizadas em vários hospitais da região. Alguns dos feridos sofreram cortes e ferimentos de bala no abdômen e peito, além de fraturas diversas.
A violência no Cairo na noite de terça-feira foi o pior confronto sectário desde que o ditador Hosni Mubarak foi derrubado do poder em 11 de fevereiro por uma revolta massiva, marcada pela solidariedade entre cristãos e muçulmanos. Não ficou imediatamente claro quantos dos mortos eram cristãos ou muçulmanos.
A violência eclodiu em meio a um protesto realizado por cristãos contra um incêndio provocado em uma igreja em Helwan, ao sul do Cairo. Segundo o ministério, os confrontos ocorreram na ponte de Dauiqa, em frente à zona onde moram catadores de lixo, depois que se espalhou o rumor de que uma mesquita estava sendo queimada na capital.
Mas o dirigente de uma associação de cristãos egípcios, Najib Gibrail, diz que os cristãos bloquearam uma estrada de Moqqatam como parte da manifestação pacífica. Grupos de muçulmanos procedentes de um bairro do outro lado da estrada chegaram ao local para tentar desbloqueá-la.
Segundo Gibrail, várias casas foram incendiadas em Moqqatam. Um padre disse que os cristãos foram mortos a tiros. Ontem, centenas de cristãos voltaram às ruas do Cairo para protestar novamente.
Ordem
O conflito representa outro desafio para os líderes militares, que assumiram o poder após a saída de Mubarak e estabeleceram como principal prioridade a retomada da lei e da ordem.
Os cristãos representam cerca de 10% da população do Egito, um país majoritariamente composto por muçulmanos. Confrontos entre cristãos e muçulmanos ocorrem com certa frequência no país, por motivos pessoais ou divergências religiosas. Anteontem, o grupo político Irmandade Muçulmana rejeitou tais conflitos religiosos e acusou remanescentes do regime de Mubarak de provocar esses incidentes.
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