Pelo menos 19 militares morreram na Colômbia em dois ataques atribuídos à guerrilha das Farc, no mais forte golpe que sofrem as Forças Armadas por parte do grupo rebelde desde que se iniciaram as negociações de paz com o governo, informou neste domingo o Ministério da Defesa do país vizinho.
O ataque mais forte, em que morreram 15 militares, ocorreu no sábado em uma estrada entre os municípios de Tame e Fortul, no departamento de Arauca, uma próspera região petrolífera e de pecuária perto da fronteira com a Venezuela.
Os militares estavam fazendo a segurança das obras de construção de um oleoduto quando foram atacados com armas de longo alcance e explosivos, disseram fontes militares que reportaram ainda a prisão de 12 guerrilheiros por soldados que não ficaram feridos.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, foi à região para participar de um conselho de segurança com os comandantes militares.
Em outro combate que se registrou no sábado no departamento de Caquetá, no sul do país, morreram seis guerrilheiros das Farc e quatro soldados, informou o exército.
Refém americano
As Farc também anunciaram terem detido um ex-soldado norte-americano, capturado em 20 de junho, mas que estão dispostas a soltá-lo para colaborar com a tentativa de negociações de paz com o governo colombiano. A guerrilha informou em seu site que capturou o militar, identificado como Kevin Scott Sutay, em uma floresta no sul do país em 20 de junho, descrevendo-o como um especialista em remoção de minas terrestres vindo de Nova York, que serviu no Afeganistão.
"Apesar do direito que temos de manter Kevin Scott como prisioneiro de guerra, tomamos a decisão política de libertá-lo no espírito das discussões que estão avançando em Havana com o governo colombiano", afirmou o grupo no comunicado.
O texto se refere às discussões de paz em andamento na capital cubana desde novembro do ano passado, para tentar acabar com cinco décadas de conflito. Os EUA, que consideram as Farc uma organização terrorista, têm ajudado o governo colombiano em uma ofensiva militar na última década que tem feito guerrilheiros recuarem para regiões remotas e reduzido seu número de integrantes.
O grupo guerrilheiro pediu que uma comissão seja formada para auxiliar a libertação do soldado, chefiada pela ex-senadora colombiana Piedad Cordoba, por representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e pela comunidade religiosa SantEgidio.
O embaixador dos EUA na Colômbia, Michael McKinley, disse ontem que o americano "não tem relação alguma com a missão militar" dos EUAw e pediu sua libertação imediata. O diplomata afirmou que o rapaz realizava uma viagem turística quando foi capturado.