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Confrontos deixam mais de 140 mortos na República Centro-Africana

Pessoas observam corpos de vítimas dos confrontos na República Centro-Africana | REUTERS/Emmanuel Braun
Pessoas observam corpos de vítimas dos confrontos na República Centro-Africana (Foto: REUTERS/Emmanuel Braun)

Cerca de 140 pessoas morreram nesta quinta-feira em Bangui, capital da República Centro-Africana, em combates entre milícias cristãs, que apoiam o presidente deposto em março, François Bozizé, e rebeldes islamistas que controlam a cidade desde então. A escalada da violência fez com que o o Conselho de Segurança das Nações Unidas autorizasse o envio de tropas francesas e africanas para proteger a população.

A força da União Africana, conhecida como Misca, deve aumentar sua tropa de 2.500 para 3.500 militares. O primeiro-ministro do país, Nicolas Tiangaye, pediu o envio imediato das tropas após a aprovação da ONU.

"O que eu exijo da comunidade internacional, uma vez que a deliberação foi tomada, é agir imediatamente, isto é, enviar a Misca e as forças francesas para estabilizarem a situação", disse, em Paris.

No total, 53 corpos foram encontrados numa mesquita. Samuel Hanryon, dos Médicos Sem Fronteiras, também contou mais 52 mortos no Hospital Comunitário de Bangui. Outros cadáveres foram encontrados nas ruas de Bangui, perto de igrejas católicas. A maior parte das vítimas teria sido espancada até à morte. Muitos eram civis.

"Não era apenas um combate inter-religioso: foi uma luta para tomar o poder. Os alvos eram políticos e militares", disse uma fonte à Reuters. "Ficou constatado que elementos próximos a Bozizé estavam por trás do golpe."

Após o massacre, o Conselho de Segurança da ONU autorizou a ação militar da França e tropas africanas no país para tentar acabar com a onda de violência entre muçulmanos e cristãos. O Conselho aprovou por unanimidade uma resolução francesa nesta quinta-feira, destinada a restabelecer a segurança e a proteção de civis no país.

A resolução autoriza o envio de uma força liderada pela União Africana por um ano, com um mandato para usar "medidas apropriadas" para proteger os civis e restaurar a segurança e a ordem pública.

O país de 4,6 milhões de habitantes no coração da África mergulhou no caos quando rebeldes da etnia seleka, muitos deles oriundos dos vizinhos Chade e Sudão, depuseram o presidente François Bozizé em março.

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