- EUA impõem sanções a Síria e Irã por abusos a direitos humanos
- Soldados do Iêmen morrem no sul; oposição diz que 300 desertaram
- Tanque sírio mata 11 pessoas perto de fronteira com Turquia
- França confirma que forneceu armas e alimentos a rebeldes líbios
- França está dando armas a rebeldes líbios, diz jornal
Jerusalém - Cerca de mil pessoas ficaram feridas em confrontos entre manifestantes e policiais no Cairo, nos mais graves incidentes no Egito desde a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro.
Os distúrbios começaram na noite de terça-feira, durante cerimônia em homenagem aos mortos pela repressão durante a Primavera Árabe.
Revoltados por terem sido barrados, parentes de vítimas enfrentaram a polícia, que reagiu com gás lacrimogêneo e golpes de cassetete. Os protestos se espalharam pela cidade e milhares de pessoas foram à praça Tahrir, que há cinco meses foi o epicentro da revolta contra Mubarak.
A polícia de choque cercou a praça para conter os protestos, mas não evitou a repetição das cenas de guerra na praça Tahrir do início do ano.
Arbitrariedade
Em uma mensagem publicada no Facebook, o Exército informou que nove pessoas foram presas e serão interrogadas por promotores militares. O número de feridos passa de mil, afirmou o Ministério da Saúde.
A prática de julgar manifestantes em tribunais militares é vista pela oposição como um símbolo da arbitrariedade da junta militar que assumiu o poder após a renúncia de Mubarak.
Os confrontos dos últimos dois dias são mais um sinal da volatilidade que vive o país, dirigido por um governo militar desacreditado, com a economia em baixa e mergulhado numa transição política de rumo incerto.
Marcadas para setembro, as eleições parlamentares estão em xeque, diante dos pedidos de partidos recém-formados por mais tempo para se organizar. O Exército diz que a votação será mantida.
A decisão agradou a Irmandade Muçulmana, que criou o Partido Justiça e Desenvolvimento para disputar as eleições.
Posto na ilegalidade na época de Mubarak, o movimento islâmico é um dos mais organizados do país e teme perder terreno caso a votação seja adiada.
Há poucos dias, ex-membros da ala jovem da Irmandade também formaram um partido mais liberal, batizado de Corrente Egípcia.
Cinco meses de instabilidade política afetaram gravemente a economia, e isso contribui para a impaciência geral com a transição.
O crescimento do país caiu pela metade e o desemprego está em 12%, pouco a mais que na época de Mubarak.