Homens armados palestinos trocaram tiros dentro de um hospital e atacaram os gabinetes do primeiro-ministro, depois do fim da trégua na região nesta segunda-feira (11), matando dez pessoas na guerra entre facções rivais.

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"Todo mundo estava atirando contra todo mundo", disse um médico do hospital Beit Hanoun, no norte da Faixa de Gaza, descrevendo a troca de tiros entre integrantes do Hamas e do Fatah.

Morreram no confronto um membro da Força Executiva do Hamas, dois combatentes do Fatah e uma outra pessoa que não havia sido identificada. Dezenove pessoas ficaram feridas, segundo dados dos hospitais.

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Em um incidente de violência separado na cidade de Beit Lahiya, norte de Gaza, Jamal Abu al-Jedian, co-fundador das Brigadas dos Mártires al-Aqsa, do Fatah, foi morto em uma ofensiva do Hamas a sua casa, que foi atacada depois que um combatente do Hamas foi morto.

"Ajudem-nos, eles querem nos matar", pedia uma mulher dentro da casa mais cedo a uma estação de rádio.

O combate acabou com o cessar-fogo mediado pelo Egito e que tinha sido anunciado poucas horas antes, e pôs em dúvida as perspectivas da coalizão governista que reúne Hamas e Fatah há três meses.

A trégua era uma tentativa de acabar com os confrontos entre as facções, em que cerca de 620 palestinos já morreram. A tensão começou quando o grupo islamita radical Hamas derrotou o mais tradicional e moderado Fatah nas eleições de 2006.

A batalha no hospital foi deflagrada pelo ataque a tiros contra um oficial da inteligência ligado ao Fatah, do presidente Mahmoud Abbas. Parentes do morto e combatentes do Fatah invadiram o hospital, que era protegido pela Força Executiva, ligada ao Hamas.

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Na Cidade de Gaza, três palestinos, incluindo um homem armado do Fatah e um combatente do Hamas, morreram em confrontos. Mais cedo, um grupo atirou contra o gabinete do premiê palestino, Ismail Haniyeh, do Hamas. Ninguém ficou ferido. O primeiro-ministro atribuiu o ataque ao Fatah. O Fatah negou.

Homens armados também invadiram uma mesquita na Cidade de Gaza, danificando uma biblioteca, disse o Hamas. O incidente causou outra troca de tiros diante do templo. O Fatah negou envolvimento.

Um dos motivos para a tentativa de trégua era permitir que 70 mil alunos do ensino médio em Gaza e na Cisjordânia fizessem sua prova final em clima pacífico. As provas começaram na hora marcada em Gaza, mas a maioria dos alunos preferiu usar caminhos alternativos para evitar os combatentes armados, segundo testemunhas.

"O Fatah e o Hamas não ligam para o fato de que estamos fazendo nossa prova final hoje. Como podemos fazer prova ao som de tiros e sirenes de ambulância?", disse Musbah Abu al-Kheir, de 17 anos.

O premiê israelense, Ehud Olmert, disse que está "disposto a renovar as negociações ... a qualquer momento". Ele vai a Washington na semana que vem e deve se reunir com outros negociadores no Egito até o fim do mês.

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Abbas cancelou seu encontro com Olmert na semana passada por causa da retenção de impostos palestinos por parte de Israel. Um assessor de Abbas disse que o presidente palestino está disposto a se reunir com Olmert, desde que Israel libere o dinheiro.