Pelo menos 14 pessoas morreram na Somália em confrontos entre milícias islâmicas rivais que disputam o controle de Belet Weyne, cidade que faz fronteira com a Etiópia e é uma importante via para a capital, Mogadiscio, disseram hoje testemunhas. Muitos comércios na cidade fecharam por causa da instabilidade e o transporte público foi paralisado.
Ahlu Sunna Waljama, um grupo islâmico moderado aliado ao governo, lançou um ataque ontem contra a organização rival Hizbul Islam. Omar Adam, morador de Belet Weyne, disse ter visto nas ruas os corpos de oito pessoas, a maioria civis. Ibrahim Qayle, outro morador, contou mais seis corpos de combatentes islâmicos. Saida Ahmed, enfermeira do hospital da cidade, disse que mais de 20 pessoas feridas - a maioria civis - foram atendidas por causa da violência. Os enfrentamentos prosseguem hoje.
Grupos islâmicos rivais e o governo disputam há meses o controle de Belet Weyne, capital da região central somali de Hiran. Insurgentes islâmicos controlam grande parte do sul da Somália e tentam se expandir por outros territórios do país.
O atual confronto é parte do caos que domina a Somália desde 1991, quando senhores de guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre. Em seguida, os senhores de guerra começaram a lutar entre si, levando a nação do Chifre da África à anarquia. Nos últimos dois anos, insurgentes islâmicos têm tentado derrubar o frágil governo apoiado pelas Nações Unidas.