Pelo menos 31 pessoas foram mortas no domingo em incidentes na Síria, incluindo um confronto entre supostos desertores do Exército e tropas leais ao presidente Bashar al-Assad, disse um grupo de ativistas nesta segunda-feira.

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De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, entre os mortos há 17 membros das forças de segurança e 14 civis, muitos deles em Homs, reduto da oposição, onde intensos tiroteios voltaram a ser ouvidos nesta segunda-feira.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 2.900 pessoas já foram mortas em mais de seis meses de repressão do regime de Assad contra as manifestações pró-democracia. Isso já levou a União Europeia e os Estados Unidos a adotarem sanções contra Damasco.

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Também nesta segunda-feira, a União Europeia qualificou como "passo positivo adiante" a formação de um conselho de oposicionistas sírios, mas não chegou a oferecer um reconhecimento oficial.

O chamado Conselho Nacional deseja ser reconhecido internacionalmente como representante das vítimas da repressão, mas não planeja ser um governo alternativo, disse um dos seus integrantes nesta segunda-feira após uma reunião do grupo em Estocolmo.

"Nosso papel termina com a queda do regime", disse Abdulbaset Sieda. "Vamos buscar reconhecimento ... e dizemos o tempo todo que há gente importante, reconhecida, que pode fazer tudo o que for bom para a Síria e para o futuro da Síria", afirmou.

No domingo, o governo sírio alertou para "medidas duras" contra qualquer país que reconhecer formalmente o conselho.

Por causa da posição geoestratégica da Síria -- vizinha a Israel e aliada do Irã --, os governos ocidentais têm evitado um apoio diplomático ostensivo à oposição e a oferta de ajuda militar, a exemplo do que aconteceu em benefício dos rebeldes líbios que derrubaram o regime de Muamar Kadafi.

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Separadamente, em Paris, outros adversários de Assad anunciaram a criação de um bloco de tecnocratas para tentar contribuir com a oposição e preparar o terreno para um futuro pós-Assad.

Seus líderes são o médico e ativista Ayham Haddad, radicado nos Estados Unidos, e o empresário Ghassan Abboud, dono do canal Orient TV.

Eles disseram que a Aliança Síria pela Democracia surgiu da frustração com a demora da oposição para se estruturar, e que sua intenção não é competir com o Conselho Nacional.

"Respeitamos todos os esforços feitos ... para unificar a oposição, mas esse Conselho precisa ter a vontade das pessoas dentro da Síria, e esclarecer sua posição", disse Abboud.

"Por enquanto, todos têm o objetivo comum de que o regime caia, mas os partidos políticos não estão prontos para liderar o país após a queda do regime."

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A Síria diz que os protestos são organizados por grupos armados com apoio estrangeiro, e que mais de 1.100 soldados e policiais já foram mortos. A imprensa estrangeira foi quase toda expulsa do país, o que dificulta a confirmação dos relatos de ativistas e autoridades.

As manifestações propriamente ditas têm sido geralmente pacíficas, mas há crescentes relatos de recrutas sírios desertando e apontando suas armas contra as forças do governo, dominadas pela seita alauíta, a mesma de Assad.

O Observatório, com sede na Grã-Bretanha, disse que os supostos desertores mataram oito soldados em ataques simultâneos contra três postos do Exército na província de Iblid (norte).

Em Homs, sete civis foram assassinados a tiros, e outros oito foram mortos mais tarde em confrontos entre militares e supostos desertores, segundo a entidade.