Insatisfação
Coalizão defende início de uma "nova onda revolucionária"
O ministro egípcio do Interior, Mohammed Ibrahim, denunciou que a Irmandade Muçulmana quer "criar o caos no país", mas assegurou que as forças da ordem vão proteger as instalações públicas e privadas.
A Coalizão Nacional para a Defesa da Legitimidade, liderada pela confraria, pediu para as pessoas aproveitarem o dia para lançar uma "nova onda revolucionária" para derrubar o atual regime "golpista", liderado por Abdel Fatah al Sisi.
Al Sisi louvou em discurso televisionado os "mártires" da revolução de 2011, que chegam a cerca de 800, e se comprometeu com as reivindicações de "liberdade e justiça social".
A praça Tahrir, palco em 2011 de protestos grandes e de uma acampamento que forçaram a renúncia do então presidente Hosni Mubarak, ficou fechada pelo segundo dia consecutivo.
Pelo menos 15 pessoas morreram ontem e 45 ficaram feridas em enfrentamentos entre policiais e manifestantes opositores no Egito. Os incidentes marcaram o quarto aniversário da revolução que desbancou Hosni Mubarak do poder.
O porta-voz do Ministério da Saúde egípcio, Hosam Abdelgafar, informou que 12 das mortes foram registradas na região de Al Matariya, nos arredores do Cairo, enquanto uma pessoa foi morta no distrito de Guiza e outra na cidade mediterrânea de Alexandria. Já o Ministério do Interior informou em comunicado que um dos mortos em Al Matariya era recruta da polícia.
Segundo autoridades, os manifestantes abriram fogo contra as forças de segurança, lançando balas de chumbo, fogos de artifício e coquetéis molotov.
Duas pessoas morreram pela explosão de uma bomba na província de Al Beheira, no delta do rio Nilo. Os agentes antidistúrbios ainda dispersaram outra manifestação na praça Abdel Moneim Riad, perto da praça Tahrir, e detiveram 12 pessoas por suposto apoio à Irmandade Muçulmana, declarada grupo terrorista.
Além dos manifestantes, dois policiais foram feridos por estilhaços de uma bomba, que explodiu próxima a uma estrada no Cairo, e outros seis ficaram feridos no confronto em Matariya.
Os festejos oficiais previstos para as celebrações do aniversário foram cancelados nesta semana pelas autoridades como gesto de respeito à morte do rei saudita Abdullah, grande aliado do Egito do presidente Abdel Fatah al Sisi.
Proibição
O governo tem se mostrado intolerante desde que uma lei criada em 2013 proibiu as manifestações realizadas sem autorização prévia. Dezenas de ativistas foram condenados e presos por violar essa lei.
Funeral
Centenas de pessoas participaram em Alexandria do funeral da ativista Shaima al-Sabbagh, morta sábado no Cairo quando a polícia dispersava uma concentração perto da Praça Tahrir.
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