A derrota eleitoral sofrida pelo presidente da Argentina e candidato à reeleição, Mauricio Macri, nas eleições primárias do domingo (11) o obrigou a pensar em medidas para reconquistar votos. Na manhã desta quarta-feira (14) ele anunciou um pacote para tentar salvar a sua candidatura, focado especialmente em atrair votos da classe média.
"Sobre o resultado da votação, quero que você saiba que eu os entendi. Saiba que respeito profundamente os argentinos que votaram em outras alternativas", disse. De acordo com Macri, as medidas econômicas trarão alívio para 17 milhões de trabalhadores e famílias.
Bônus para trabalhadores: para os empregados com carteira assinada, Macri prometeu que o Estado vai pagar a parte da contribuição que os trabalhadores fazem à previdência social (11% do salário), limitado a um benefício de 2 mil pesos mensais (R$ 135), em setembro e outubro, para cada trabalhador. Para um grupo de dois milhões de trabalhadores que pagam imposto de renda, haverá um aumento de 20% do piso e da dedução especial a partir dos quais têm de contribuir aposentados e empregados em relação de dependência, permitindo um aumento do rendimento líquido de em torno de 2 mil pesos por mês.
Benefício social: segundo o presidente, também haverá pagamentos extras para os que recebem benefícios sociais no programa Asignación Universal por Hijo (ACH), ao estilo do Bolsa Família. Macri ainda prometeu aumentar em 40% o aporte dado a estudantes universitários pelo programa social Progresar.
Servidores públicos: para os empregados da administração pública, Forças Armadas e de Segurança, Macri prometeu um abono de 5.000 (R$ 343) ao fim do mês.
Aumento do salário mínimo: Macri também prometeu aumentar o salário mínimo. O número deve ser divulgado ainda nesta quarta-feira, segundo ele.
Gasolina: congelamento do preço da gasolina nos próximos 90 dias para que a desvalorização do peso não afete os argentinos.
Pequenas e médias empresas: Para PMEs, a Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP, como se chama o fisco local) está lançando um plano dando um prazo de 10 anos para quitar dívidas em aberto.
Um documento da Casa Rosada informa que o pacote terá um custo fiscal próximo a 40 bilhões de pesos, "sem afetar o objetivo de resultado primário estabelecido no orçamento" do governo.
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