O presidente congolês Joseph Kabila substituiu o chefe das Forças Armadas do país, na tentativa de melhorar a capacidade de combate após uma série de derrotas durante semanas de batalhas contra rebeldes do leste do país, disseram autoridades.
O general Dieudonne Kayembe foi substituído como chefe das Forças Armadas pelo general Didier Etumba, que atuava como chefe da Marinha e também foi chefe da inteligência militar, informou a TV estatal na segunda-feira.
O Exército de Kabila tem sido derrotado no leste da República Democrática do Congo por rebeldes da etnia tutsi, comandados pelo general renegado Laurent Nkunda.
A violência na província de Kivu do Norte já deixou 250 mil pessoas desabrigadas desde o final de agosto, provocando uma emergência humanitária que ameaça de desdobrar em uma guerra mais ampla.
Grupos de defesa dos direitos humanos acusam os rebeldes de crimes de guerra e afirmam que soldados do governo também saquearam, mataram e estupraram quando estavam em retirada.
"Kayembe foi removido. Acho que o presidente quer mudar a dinâmica após as derrotas", disse uma fonte ligada à Presidência.
Etumba estava envolvido nas negociações que puseram fim à guerra do Congo, entre 1998 e 2003, que envolveu seis países vizinhos e causou a morte de 5 milhões de pessoas por conta da violência, da fome e de doenças. Ele também já esteve envolvido em negociações com os rebeldes liderados por Nkunda e é um comandante respeitado, segundo uma autoridade da Organização das Nações Unidas.
Os rebeldes de Nkunda forçaram o recuo das tropas governamentais e avançaram em direção ao norte na segunda-feira, apesar dos pedidos do líder rebelde para que apóiem um cessar-fogo e as negociações de paz após um encontro no fim de semana com o ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, enviado especial da ONU.
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