O Congresso de Honduras nomeou uma comissão de deputados para analisar a saída do país da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), segundo o site do jornal local "La Prensa".
O Legislativo analisa o tema a pedido do governo de facto, que manifestou seu desejo de sair da Aliança. O pedido do Executivo ocorreu na noite de terça-feira, e ainda naquela noite o Congresso nomeou a comissão de sete deputados, segundo o diário hondurenho "El Heraldo".
Honduras aderiu à Alba em 2008, ainda sob o governo do presidente Manuel Zelaya, deposto em um golpe militar em 28 de junho deste ano. Zelaya foi expulso do país, mas retornou em segredo e, desde 21 de setembro, está abrigado na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.
A Alba é uma aliança de países com governos mais à esquerda. Parte da opinião pública de Honduras condenava fortemente o fato de o país integrar a Aliança, afirmando que Zelaya se subordinava ao presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Zelaya foi eleito por um partido conservador e sua aproximação com a esquerda foi apontada por analistas como uma das possíveis causas do golpe. O motivo declarado para sua queda, porém, foi o fato de o presidente eleito tentar reformar a Constituição para concorrer a um novo mandato. O Legislativo e o Judiciário denunciaram a manobra, não prevista na Carta, mas o modo como Zelaya foi deposto levou à condenação internacional.
Em 27 de novembro, o conservador Porfirio Lobo, que não é do partido atualmente no poder, venceu as eleições presidenciais. Lobo deve assumir o posto em janeiro. O governo brasileiro afirma que não reconhecerá o novo líder, pois as eleições ocorreram sob o regime golpista. Já os Estados Unidos, por exemplo, deram sinais de que devem reconhecer Lobo, como uma forma de encerrar a crise.
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